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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Coréia do Norte: 1º Lugar na Lista de Perseguição




1- DADOS ESTATÍSTICOS DA NAÇÃO

A) ORIGEM

A história da Coreia do Norte começa quando acaba a Segunda Guerra Mundial, em 1945. Neste ano os japoneses foram expulsos da península coreana e forças soviéticas e estadunidenses ocuparam a área. Os soviéticos estabeleceram-se ao norte do paralelo 38 e os estadunidenses ao sul. Formaram-se dois países divididos que reclamavam o direito sobre toda a península, cada um proclamando ser o legítimo representante do povo coreano. A paz se mantinha fragilmente e em 25 de junho de 1950 a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul e deu início a uma grande guerra, envolvendo China e União Soviética de um lado e os EUA do outro. Em 27 de julho de 1953 foi assinado um armistício entre o comandante do exército norte-coreano e um representante da ONU, criando uma zona desmilitarizada entre os dois países.
Um regime de partido único tal qual o soviético foi implantado no país e tem sido assim até hoje. A Coreia do Norte apresentava bons índices de desenvolvimento econômico e industrial durante todo o terceiro quarto do século XX, graças à ajuda da URSS e ao cenário econômico mundial, mas a partir da crise do petróleo que surgiu nos anos 1970 o país sucumbiu diante da modernização tecnológica e econômica dos países capitalistas e não mais conseguiu se reerguer. Hoje depende freqüentemente de ajuda humanitária e apresentou, em 1995, um IDH com o Coeficiente de Gini no valor de 0.766, similar ao da China nos dias atuais, e superior ao IDH do Brasil na época. Mas o país, que passa por crises sociais graves busca acordos multilaterais para se re-erguer. Em 1994 morreu Kim Il-sung, que governara o país desde 1948. Seu filho, Kim Jong-il, assumiu o comando do partido dos trabalhadores norte-coreano em 1997, e seguindo a linha do pai, opõe-se à abertura econômica do país, inflando gastos com o setor militar, possivelmente para barganhar algo dos inimigos políticos.

B) LOCALIZAÇÃO

A Coreia forma uma península que se estende cerca de 1 100 km a partir do continente asiático. Para oeste é ladeada pelo mar Amarelo (a que os coreanos chamam mar Oriental) e pela baía da Coreia, e para o leste é banhada pelo Mar do Leste(mar do Japão). A península termina no estreito da Coreia, e no mar da China Meridional (a que os coreanos chamam mar do Sul), no sul. A parte norte da península, incluindo a Coreia do Norte, tem um terreno composto principalmente por colinas e montanhas, separadas por vales profundos e estreitos, a norte e a leste, e planícies costeiras principalmente a oeste. O ponto mais elevado da Coreia é o Paektu-san, com 2 744 m. Os rios principais são o Tumen e o Yalu, que desenha a fronteira norte com a Manchúria chinesa.
O clima é relativamente temperado, com a precipitação mais forte no verão, durante uma curta estação chuvosa chamada jangma, e invernos que podem ser por vezes muito frios. A capital e maior cidade da Coreia do Norte é Pyongyang, e as outras cidades importantes são Kaesong no sul, Sinuiju no noroeste, Wonsan e Hamhung no leste e Chongjin no norte.

C) ECONOMIA

A Coreia do Norte tem uma economia planificada de estilo soviético. As relações económicas com o exterior são mínimas e o país recebe ajuda alimentar da ONU. Relatos de melhoras económicas estão associadas às novas alianças estratégicas e a incrementação das transações com a China. Actualmente, 80% da energia e 20% dos alimentos são procedentes da China. As principais actividades são a indústria pesada e a agricultura. Contudo, após o fim da URSS, e depois de consecutivas más colheitas, a economia parou de crescer.

D) CULTURA

A cultura contemporânea da Coreia do Norte é baseada na cultura tradicional da Coreia, mas desenvolvida desde o estabelecimento da Coreia do Norte em 1948. Os coreanos são aptos a desenvolver uma cultura única, enquanto adotam e influenciam culturas vizinhas por 3.000 anos.
A população da Coreia do Norte é uma das populações mais homogéneas do mundo, étnica e linguisticamente, incluindo apenas pequenas comunidades chinesas e japonesas. A língua coreana não faz parte de nenhuma família linguística maior, embora se investiguem possíveis ligações ao japonês e às línguas altaicas. O sistema de escrita coreano, chamado Hangul, foi inventado no século XV pelo rei Sejong, o Grande para substituir o sistema de caracteres chineses, conhecidos na Coreia como Hanja, que já não estão em uso oficial no Norte. A Coreia do Norte continua a usar a romanização McCune-Reischauer do coreano, contrastando com o Sul que reviu a romanização no ano 2000.
A Coreia tem uma herança budista e confucionista, com comunidades cristãs e do Chondogyo tradicional (a "Via Celeste"). Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, era o centro de actividade cristã antes da Guerra da Coreia.

E) PROBLEMAS GOVERNAMENTAIS


Atualmente, a Coreia do Norte é um Estado comunista controlado ditatorialmente por um homem - o presidente Kim Jong-Il. Em setembro de 2008, Kim Jong-Il não compareceu a um importante desfile militar. Surgiram boatos de que ele estaria enfermo, e especulou-se sobre quem seria seu sucessor. No entanto, o presidente reapareceu em público, reafirmando seu poderio. O dirigente comunista norte-coreano Kim Jong-Il foi eleito por unanimidade para o Parlamento na eleição de 8 de março de 2009. Ele teve 100% dos votos.
O país tem sido profundamente marcado por um "culto à personalidade" que elevou o falecido ditador King Il-Sung, pai de Kim Jong-Il, à posição de deus.
O governo utiliza severos controles para incutir essa ideologia sobre cada cidadão, que inclui o culto a Kim Il-Sung e a seu filho Kim Jong-Il, o atual presidente. Todas as religiões contrárias a esta ideologia são proibidas. A nação permanece fechada para o mundo exterior, porém as dificuldades econômicas e a fome crescente geraram alguma abertura, especialmente para ministérios de cunho social. Mais da metade da força de trabalho (64%) atua na indústria e serviços.
Apesar de alguma modernização, a fome ainda é um problema social. Problemas sistemáticos, como a ausência de solo cultivável, a existência de fazendas coletivas e a falta de tratores e combustível, têm levado a Coreia do Norte a uma sequência de períodos de escassez de alimento iniciada em 1996.


F) PROBLEMAS SÓCIO-CULTURAIS


Atualmente, a Coréia do Norte é um Estado comunista controlado ditatorialmente por um homem - o presidente Kim Jong Il. A nação permanece fechada para o mundo exterior, porém as dificuldades econômicas e a fome crescente geraram alguma abertura, especialmente para ministérios de cunho social.
A economia norte-coreana é pobre e o trabalhador ganha em média apenas US$ 900 por ano. Mais da metade (64%) da força de trabalho atua na indústria e serviços. Quase 100% da população é alfabetizada e tem acesso à educação. Apesar de alguma modernização, a fome ainda é um problema social. Problemas sistemáticos, como a ausência de solo cultivável, a existência de fazendas coletivas e a falta de tratores e combustível, têm levado a Coréia do Norte a uma seqüência de períodos de escassez de alimento.
As enchentes que ocorreram no verão de 2006, seguidas pelo tempo seco do outono, iniciaram o 13º ciclo de fome. Há abertura para organizações humanitárias atuarem a fim de aliviar a fome da população. Mas, apesar disso, a população continua mal nutrida - 36% dela é subnutrida. Isso acontece parcialmente por causa da corrupta liderança das forças militares. Eles interceptam muitas cargas de alimento e desviam-na aos seus solda dos. O próprio presidente Kim Jong Il disse,
certa vez, que só precisa que 30% da população sobreviva. Quase 70% da população não professa nenhuma religião. O restante segue crenças asiáticas como xamanismo, confucionismo ou budismo.

2- HISTÓRICO DA ATUAÇÃO MISSIONÁRIA DA IGREJA FACE ÀS BARREIRAS ENCONTRADAS.
Vivendo em meio a um regime ditatorial, que comanda o país há cerca de 60 anos, a maioria dos jovens da Coréia do Norte nunca ouviu as palavras "Deus" ou "Jesus Cristo". A impressionante informação explica-se pelo fato de que qualquer tipo de religião é proibida pelo regime de governo daquele país asiático. A população é forçada a adorar, como deuses, a personalidade do presidente do país, Kim Jong II, e de seu falecido pai, Kim Il-Sung. Os que não prestam o "culto personalista" são perseguidos freqüentemente de forma brutal e violenta. Além disso, qualquer pessoa que se ocupar de atividade missionária, seja qual for o tipo, receberá tratamento semelhante. Tanto que a Coréia do Norte aparece no topo de um ranking mundial, elaborado pela Portas Abertas Internacional, uma agência missionária interdenominacional, de países considerados mais fechados à pregação do Evangelho.
Em 2005, a Comissão Norte-Americana sobre Liberdade Religiosa Internacional reportou que "não há praticamente nenhuma liberdade individual na Coréia do Norte e nenhuma proteção aos direitos humanos universais". Depois da Segunda Guerra Mundial, a Coréia foi dividida em dois países, com o Norte sob as regras comunistas e o Sul sob influência do oeste. Muitas famílias foram divididas. Antes da instalação do Regime Comunista em 1945, a Coréia do Norte era um centro de reavivamento cristão; Pyongyang, a capital do país, já foi conhecida como "a Jerusalém do leste".
No entanto, todos os cidadãos que nasceram depois de 1945 não desfrutaram mais da liberdade que havia antes. Pelo contrário: o Regime Comunista reprimiu fervorosamente os cristãos e usou muitas crianças para "delatarem informalmente" as práticas cristãs de seus pais. Com o fim da guerra coreana, em 1953, aproximadamente 300 mil cristãos desapareceram no Norte. Atualmente, há quatro igrejas na cidade - duas protestantes, uma católica e outra ortodoxa, mas são basicamente "igrejas de fachada", servindo à propaganda política. INFELIZMENTE, mão existe um missionário sequer no país. Nas agências missionárias consultadas nessa pesquisa, não consta oficialmente o registro de nenhum envio para aquele país.
A igreja na Coréia do Norte foi onde nasceu o reavivamento coreano, Pyongyang era conhecida como ``Jerusalém do Oriente´´. Mas a maioria dos cristãos fugiu para o sul durante a guerra da coréia ou foi martirizada e as igrejas demolidas. Pouco se sabe sobe a atuação da igreja na Coréia hoje; somente que ela tem sobrevivido em meio a um grande sofrimento.

3- RELATO SOBRE O NÍVEL DE PERSEGUIÇÃO SOFRIDA PELA IGREJA CRISTÃ NO PAÍS.
A perseguição aos cristãos foi intensa durante o período de dominação japonesa, especialmente devido à pressão exercida pelos domina dores para a adoção do xintoísmo como religião nacional. Desde a instalação do regime comunista, a perseguição tem assumido várias formas. Em um primeiro momento, os cristãos que lutavam por liberdade política foram reprimidos. Depois, o governo tentou obter o apoio cristão ao regime, mas como não teve êxito em sua tentativa, acabou por iniciar um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do país. Edifícios onde funcionavam igrejas foram confisca dos e líderes cristãos receberam voz de prisão. Ao serem derrota dos na Guerra da Coréia, soldados norte-coreanos em retirada freqüentemente massacravam cristãos com a finalidade de impedir sua libertação.
Ser cristão é perigoso na Coréia do Norte - por isso o país ocupa, pelo sexto ano consecutivo, a primeira posição na Classificação de países por perseguição. O Estado não hesita em torturar e matar qualquer um que possua uma Bíblia, esteja envolvido no ministério cristão, organize reuniões ilegais, ou até que tenha contato com cristãos (na China, por exemplo). Os cristãos que sobrevivem às torturas são envia dos para os campos de concentração. Lá, as pessoas recebem diariamente alguns gramas de comida de má qualidade para sustentar o corpo que trabalha por 18 horas. A menos que aconteça um milagre, ninguém sai desses gigantes campos com vida.
Em setembro de 2007, a revista Newsweek destacou o drama dos cristãos norte-coreanos. Um desertor, Son Jongnam, converteu-se quando fugiu para a China, onde conheceu um grupo de missionários cristãos. Após certo tempo, ele voltou ao seu país como missionário. Lá, foi detido e acusado de ser espião. Atualmente, ele está no corre dor da morte em Pyongyang. Son cresceu em boas circunstâncias por ser filho de um alto oficial. De acordo com a Newsweek, a esposa dele, grávida, perdeu o bebê depois de ter sido espancada durante um interrogatório na Coréia do Norte , por ter criticado o controle de alimentos de Kim Jong-Il.
Desde o final do século 19, cerca de cem mil norte-coreanos mantêm a fé cristã clandestinamente, segundo cálculos da Newsweek. Até mesmo Kim Il-Sung, o primeiro ditador da Coréia do Norte, falecido recentemente, veio de uma família cristã devota.
De acordo com missionários, os cristãos norte-coreanos mantêm suas Bíblias enterradas nos quintais, embrulhadas em plásticos. Alguns pastores na China oram por doentes e pregam através de interurbanos feitos por telefone celular, segundo a reportagem. Tudo isso num intervalo de tempo que vai de cinco a dez minutos. Os "cultos telefônicos" têm de ser rápidos, e muitas vezes são interrompidos bruscamente, porque a Coréia do Norte usa rastreadores para localizar os telefones.


4- PARALELO CONCLUSIVO ENTRE A IGREJA PERSEGUIDA E A NOSSA REALIDADE ATUAL.


Em um país como o Brasil, onde se joga comida fora, que tem uma igreja em cada esquina, a literatura evangélica é vendida livremente e é constitucionalmente considerado (pelo menos na teoria) um país laico; deveríamos fazer jus a esses benefícios expandir o evangelho e melhorar o conteúdo de vida social dos brasileiros. Em contra partida a isso, na Coréia do Norte mais de 3 milhões de pessoas já morreram de forme entre 1994 à 2000. O estado estoca alimentos para os militares mas deixa o povo morrer de fome. Muitas pessoas já chegaram a cometer práticas canibalistas para sobreviver. Muitos crentes não tem como sustentar as suas famílias e dependem da provisão diária de Deus através das juntas missionárias que enviam alimentos para algumas igrejas; isso porque o estado permite, pois nada além disso é permitido, Bíblias, folhetos, livros evangélicos e os próprios missionários são barrados e impedidos de cruzar a fronteira. Enquanto isso, nossas igrejas e irmãos estão preocupados com o ar condicionado do gabinete pastoral, cadeiras acolchoadas, templos faraônicos e igrejas de luxo.
A liberdade religiosa no Brasil deveria impulsionar um cristianismo mais vivo e dinâmico, mas não é isso que se tem visto no cenário protestante contemporâneo. Enquanto na Coréia muitos crentes precisam enterrar sua Bíblia no quintal (quando tem uma Bíblia), para não serem presos e torturados pelos repressores coreanos; aqui no Brasil o amor pela palavra tem esfriado. Muitas igrejas fecharam suas escolas bíblicas dominicais pois os membros não vão ao culto de estudo bíblico. Um verdadeiro mercado de Bíblias para todos os gostos, mas um profundo desapego a palavra. Alguns chegam clamar por uma perseguição, será que teremos que passar por isso para valorizar aquilo que nossos irmãos coreanos tanto querem e não podem desfrutar?


5- SUGESTÕES PARA AUXÍLIO À IGREJA NA CORÉIA DO NORTE

a) Existe os meios de comunicação na Coréia que ainda abrem pequenas brechas para a pregação do evangelho devido a liberdade de impressa (embora que seja muito pouca). Profissionais formados em comunicação tem livre acesso a esse país, essa é uma forma de ajudar a levar conforto aos corações dos irmãos que estão desfalecendo devido as perseguições.
b) Outra brecha encontrada para se entrar na Coréia, é através da China. Os homens de negócios oriundos da China, tem livre acesso ao país, a Coréia permite os Chineses entraram para aumentar as fontes de capitação de recursos. Assim, uma da formas de levar ajuda à igreja desse país é investir e missionários chineses, visto que os chineses são bem visto nesse país e não são incomodados nem interceptados no aeroporto nem os seus vistos são negados. É muito difícil até revistarem a bagagem de um passageiro que seja da china.
c) Envio de alimento através da ONU, visto que essa é uma das poucos formas oficiais de se introduzir alguma coisa nesse país para os irmãos necessitados.
d) Usar a linhas telefônicas próprias para promover acompanhamento espiritual e psicológico aos irmãos que sofrem perseguição. Já é usado esse método neste país, mais ainda é muito fácil dos militares interceptarem essas ligações, visto que os telefones usados são públicos e as ligações não tem sigilo algum. Só a igreja tendo no mínimo 2 telefones particulares por áreas onde as igrejas estão instaladas, ajudariam os membros a se ajudarem por meio da conversa e cultos diários pelos telefones.

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JOHNSTONE, Patrick; MANDRYK, Jason. Intercessão Mundial. Camanducaia: Horizontes, 2003.

TUCKER, A. Ruth. Até os Confins da Terra. São Paulo: Edições Vida Nova, 1986

http://www.jmm.org.br/index.php
http://www.portasabertas.org.br/paises/
http://www.jocumponta.com.br
Enciclopédia eletrônica Wikipédia

Os Perigos da Interpretação Bíblica - Resenha do Livro



Neste valioso livro, o autor não tem a intenção de fazer um trabalho hermenêutico nos textos citados como exemplo. Essa não é a proposta do livro. Carson apresenta os vários tipos de falácias que podem ser encontrados em trabalhos de exegese. O autor diz que uma interpretação crítica das Escrituras é aquela que justifica adequadamente os aspectos: lexical, gramatical, cultural, teológico, histórico, geográfico ou outro tipo. Que é importante uma abordagem cuidadosa da Bíblia para nos capacitar à ouvi-la um pouco melhor. Não devemos aplicar ao texto bíblico as interpretações tradicionais que recebemos de terceiros, mas sempre exercer um papel crítico.
O estudo dos erros de interpretação é importante, porém contém seus riscos porque gera um negativismo contínuo é espiritualmente perigoso. O distanciamento, apesar disto, é um componente necessário do trabalho crítico.
Sem dúvidas, é determinante para se entender a Bíblia o desejo e vontade latente de interpretá-la corretamente. Pois quando falamos de Bíblia, não estamos falando de um livro qualquer. É preciso esforço para interpretar e explicar a palavra de Deus com clareza.
Antes de ler este livro já tinha uma idéia parecida da citação (pg. 16) que fala das formulações teológicas contraditórias entre os chamados “evangélicos”, onde se vê de tudo, das doutrinas mais simplórias às mais “sofisticadas”, porém muitas absurdas. Tudo isto por falta da aplicação correta da exegese por parte de alguns ou até por má-fé por parte de outros.
Após a leitura obtive uma visão do que é exegese. Aprendi que exegese é a “arte” de interpretar as escrituras da melhor forma, completa e exaustivamente, enquanto que hermenêutica diz respeito às ferramentas utilizadas ao exercício de exegese.
Achei interessantes os aspectos apontados pelo autor sobre os erros encontrados em diversas exegeses. Dentre eles me chamaram a atenção:
1) Obsolescência semântica: Significado de uma palavra que foi diferente em outra época. Ex. Pedagogo: escravo x professor; 2) Fontes Duvidosas: Utilizar pesquisas insuficientes e dando créditos alheios sem a devida verificação das fontes originais; 3) Erros lógicos: Inobservância das leis fundamentais da lógica, as quais são universalmente verdadeiras, tais como a lei da não-contradição e a lei do termo médio excluído; 4) Falácia baconiana que submete o historiador à uma busca de um objeto impossível por meio de um método impraticável. Destaca que é fundamental não deixarmos de reconhecer nossas próprias suposições, indagações, interesses e preconceitos, mas admitindo todos estes e dialogando com o texto, procurando fazer concessões para evitar confusão de nossa própria cosmovisão com as dos escritores bíblicos; 5) Distinção entre figurado e literal: “Deus deve ter um corpo, pois o texto fala do poderoso braço direito de Deus”.
O principal que aprendi foi sobre a necessidade de reconhecer a própria bagagem de convicções que cada um de nós traz consigo, especialmente aquelas herdadas, para não deixar interferir num distanciamento necessário do texto. Sempre exercer a crítica e esgotar inteiramente todos os meios disponíveis de consulta e interpretação, com imparcialidade e posturas que sejam baseadas em convicções exegéticas.

CARSON, Donald A. Os Perigos da Interpretação Bíblica. 2. ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 2001.

Wycliffe e a tradução da Bíblia para o inglês


João Wycliffe apresentou-se diante do bispo de Londres, em 1377, para responder à acusação de heresia. Seu amigo e defensor, João de Gaunt, duque de Lancaster, adentrou pela igreja com passos firmes e resolutos. João Wycliffe foi o principal erudito de sua época. As pessoas, por toda a Inglaterra, respeitavam sua sabedoria. A educação universitária era ainda um fenômeno relativamente novo, e Wycliffe pode ser grandemente responsabilizado pela grande reputação de Oxford, onde estudou e lecionou. Questionou o direito de a igreja ter poder temporal e de possuir riqueza. Discutiu a venda de indulgências, o cerimonial da igreja, a adoração supersticiosa de santos e de relíquias, assim como a autoridade do papa. Ele até mesmo questionou a visão oficial da eucaristia (a doutrina da transubstanciação) defendida pelo IV Concilio de Latrão. Apresentava-se, com freqüência, diante de bispos e de concilios para defender essas idéias, e outros posicionamentos que advogava. Uma audiência tumultuada em 1377 resultou no banimento de seus escritos. A oposição se intensificou. Apesar de ser poupado da violência, seus textos foram queimados, e ele foi destituído da posição que tinha em Oxford, ficando proibido de disseminar suas idéias. Isso deu a ele tempo para trabalhar na tradução da Bíblia. Wycliffe defendia a idéia de que todo o mundo deveria poder ler as Escrituras na própria língua. Wycliffe sofreu um derrame quando estava na igreja e morreu em 31 de dezembro de 1384. O Concilio de Constança, 31 anos mais tarde, o excomungou, e, em 1428, seus ossos foram exumados e queimados, e as cinzas, espalhadas no rio Swift.

Visão missionária
Possibilitar aleitura da palavra do senhor, e assim, contribuir para a evangelização da Inglaterra.

Contribuições para missões
Tradução da Bíblia para o inglês e seus escritos contra dogmas católicos heréticos, seus atos influenciaram pessoas como João hus, e por isso, foi chamado posteriormente como a ``estrela da manhã da reforma´´.

Áreas de alcance geográfica
Inglaterra, depois se espalhando para a Europa.

Pontos positivos e negativos

Positivo: sua ousadia diante das autoridades da igreja sem abrir mão dos princípios ortodoxos. Negativo: sua péssima mania de falar o que pensava a todo instante.

Exegese de Efésios 5:22-33

22 Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; 23 porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo. 24 Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos. 25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 28 Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. 29 Pois nunca ninguém aborreceu a sua própria carne, antes a nutre e preza, como também Cristo à igreja; 30 porque somos membros do seu corpo. 31 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja. 33 Todavia também vós, cada um de per si, assim ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie a seu marido.

Esboço de Efésios 5:22-33

1. A conduta das esposas — 5.22-24
1.1. Sujeição, não escravatura
1.2. Dignidade, não igualdade
1.3. Sujeição no Senhor
2. A conduta dos maridos — 5.25,26
2.1. Um amor doador — v. 25
2.2. Um amor protetor — v. 26
3. A conduta de Cristo para com a Igreja — 5.26-30
3.1. Requer purificação da Igreja — v. 26
3.2. Requer preparação da Igreja — v. 27
3.3. Requer uma esposa sem defeitos — v. 27
3.4. Dedica total amor à Igreja — vv. 28-30
4. A conduta do crente em relação ao matrimônio — 5.31-33
4.1. A origem do matrimônio — v. 31
4.2. A analogia do matrimônio — v. 32
4.3. As responsabilidades inerentes ao matrimônio — v. 33

A presente pesquisa deve ser colocada sob o princípio da submissão, conforme está implícito em Efésios 5.21: "Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus". Esse princípio põe em destaque a autoridade de Deus sobre as coisas criadas. A relação entre marido e esposa está debaixo desse princípio de autoridade e sujeição. A esposa submete-se ao marido, como ao Senhor; o marido, por sua vez, ama a esposa e submete-se ao Senhor. A autoridade do marido não é independente, mas é sujeita à autoridade divina. Da mesma forma, os filhos sujeitam-se à autoridade dos pais no temor do Senhor.
1. A CONDUTA DAS ESPOSAS — 5.22-24
"Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Se¬nhor" (v. 22).
1.1. Sujeição, não escravatura
A sujeição das esposas a seus maridos tem um novo sentido no Novo Testamento, visto que no Antigo Testamento havia maior restrição às mulheres em relação aos seus direitos. Foi no Novo Testamento que se deu nova dimensão aos privilégios femininos, mui especialmente às mulheres casadas. A sujeição das esposas não significa escravidão, pelo contrário, dignifica sua posição na sociedade por causa de Cristo.
1.2. Dignidade, não igualdade
A Bíblia define a posição da mulher em relação ao homem e a coloca não em superioridade, mas em certa posição inferior ao homem. Não há posição de igualdade entre ambos. E uma ques¬tão bíblica e divina. Entretanto, a Bíblia não diminui o valor moral e espiritual da mulher, mas coloca-a no seu devido lugar. Deus não dá o direito ao homem de desrespeitar a sua mulher nem de desmerecê-la.
A sujeição das esposas deve ser espontânea, porque é uma sujeição baseada no amor e no temor do Senhor. O apóstolo diz que a sujeição deve ser "como ao Senhor".
1.3. Sujeição no Senhor
Essa sujeição não é cega, mas consciente. O apóstolo Paulo, ao falar do assunto na carta aos Colossenses 3.18, diz às casadas: "... estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém ao Senhor". O final da frase explica o tipo de sujeição das casadas a seus maridos — "como convém no Senhor". A sujeição da mu¬lher ao marido tem um sentido espiritual. Na criação, o homem foi feito cabeça da mulher, isto é, o líder da família, mas essa sujeição da mulher não anula a sua personalidade.

2. A CONDUTA DOS MARIDOS — 5.25-30

É baseada na mesma regra exposta no texto, quando fala de Cristo e sua Igreja. O amor é a expressão máxima desse relacionamento. O senhorio do esposo sobre a esposa não é o mesmo de senhor e escravo. O senhorio dele baseia-se na autoridade que lhe é própria e que lhe foi dada desde a criação da mulher. O amor do marido pela esposa pode ser comparado ao amor de Cristo pela sua Igreja (2 Co 11.2,3; Ap 19.7; 21.2). Esse amor é manifesto no plano espiritual. O modelo desse amor é Cristo, que amou de tal forma a sua esposa que deu sua vida por ela. A frase no grego é a seguinte: ``hoi Andres agapáte tas ginaíkas´´ maridos, amai vossas esposas. Note que o verbo amar aqui no texto de Efésios, não é o verbo ``eros ´´, (eros representa a parte consciente do amor que uma pessoa sente por outra. É o amor que se liga de forma mais clara à atração física, e freqüentemente compele as pessoas a manterem um relacionamento amoroso continuado, um tipo de sentimento baseado unicamente pela atração física. Nesse sentido também é sinônimo de relação sexual). Mas sim, o verbo `` agapáo´´. Essa palavra demonstra um sentimento tão profundo a ponto de uma pessoa se sacrificar pelo objeto amado. Quando Jesus pergunta a Pedro: tu me amas? Jesus usa o verbo agapáo. Pedro responde: `` hoti Philo se´´, (tu sabes que eu gosto de ti). Pedro usa o verbo ``fileo´´, (verbo gostar). Ou seja, reconstruindo o diálogo fazendo uso do texto original, ficaria assim: Pedro, tu me amas com o amor de quem morre pelo abjeto amado? E Pedro responde: tu sabes Senhor que eu gosto de ti como um colega. Agapáo é o amor que se compromete, que se doa pelo objeto amado. Fileo é o sentimento que não se compromete, é apenas algo fraternal, coleguismo. Paulo ensina que o marido deve exercer o mesmo amor que Cristo expressou pela igreja, quando morreu por ela na cruz. É um amor que se sacrifica, que se humilha, que não mede esforços pelo bem estar da pessoa amada. O verbo agapáo está no imperativo presente ativo. Paulo está dando uma ordem, não uma opção aos maridos. O tempo verbal indica que o marido deve se sacrificar hoje, deve se sacrificar amanhã, e depois, e depois e depois... um eterno imperativo.

2.1. Um amor doador — v. 25
"[...] como também Cristo amou a igreja". Cristo é o modelo do amor que o marido deve oferecer à esposa — um amor capaz de dar de si mesmo. A continuação do versículo — "[...] e a si mesmo se entregou por ela" — fala de um amor destituído de egoísmo; amor que é capaz de dar sua vida em sacrifício por ela.
2.2. Um amor protetor — v. 26
"[...] para a santificar" implica numa atitude de proteção, tomar a iniciativa de separar para si e não permitir que coisas estranhas a toquem. Santificar é separar e proteger dos perigos. A Igreja é representada como esposa.
2.3. Requer purificação da esposa — v. 26
"[...] purificando-a com a lavagem da água". Esse texto possui uma linguagem figurada. A lavagem com água fala de limpeza espiritual. Todo o contexto aponta claramente que a ênfase é o relacionamento marido e mulher, no qual, Cristo é o paradigma.
É interessante notar que no verso 26-27, Paulo usa uma linguagem importada do Antigo Testamento. É uma linguagem sacerdotal aqui no texto de Efésios 5. Quando os sacerdotes entravam no átrio do Tabernáculo, eles tinham que se purificar se lavando na bacia de bronze. Só assim, podiam começar seu ofício sacerdotal. Eles tinham que se santificar e purificar. Isso para poder comparecerem diante de Deus como mediadores, e assim apresentar o pecador e sua sacrifício a Deus. Sem essa santificação e lavagem, eles não podiam oferecer sacrifício pelos pecados das pessoas que chegavam até eles. Assim, Paulo usa o verbo ``apresentar´´. Esse verbo é muito comum em Levítico quando fala que os sacerdotes deveriam se apresentar diante de Deus. Deve ser lembrado que os sacerdotes sabiam que os sacrifícios apresentados diante de Deus por eles, devia ser perfeito, sem mácula, os animais deviam ser sem defeito. Caso contrário, Deus não aceitaria tal oferta, como o fez com a de Caim.
O que Paulo estaria ensinando com essa linguagem sacerdotal do Antigo Testamento? Todo o contexto leva a concluir que o marido como sacerdote da sua família, ele é um representante de Deus pra família. O marido é responsável pelo Crescimento espiritual da sua esposa, e deve ter consciência que prestará contas a Deus do seu crescimento espiritual. Antes do pastor, o maior professor de Bíblia da esposa, dever ser seu marido.

2.4. Dedica total amor à esposa — Vs. 28,29
Temos aqui a repetição da virtude que envolve a conduta dos maridos em relação às esposas, que é o amor: "Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos" (v. 28). A analogia é feita pelo apóstolo para mostrar que Cristo ama a seu próprio corpo — a Igreja; da mesma forma, deve o marido amar a sua esposa: como ama a seu próprio corpo.
O versículo 29 dá continuidade ao 28, mostrando que "nin¬guém aborrece a sua própria carne", isto é, não a maltrata, mas zela e cuida dela. Assim também o marido deve amar sua esposa, porque cumpre naturalmente um princípio da criação, que é "e serão uma só carne" (v. 31). Semelhantemente, Cristo ama a sua Igreja porque ela tornou-se seu próprio corpo, conforme está escrito: "porque somos membros do seu corpo" (v. 30).

3. A CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO AO MATRIMÔNIO (5.31-33)

3.1. A origem do matrimônio — v. 31
"Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe". Essa parte do texto indica a origem do matrimônio no princípio da criação. Deus criou o homem e o colocou no Éden. Vendo que o homem estava só, resolveu criar-lhe uma adjutora, então criou Eva. Capacitou a ambos para a reprodução, originando, assim, o matri¬mônio (Gn 2.24). Paulo fez a citação de Gênesis 2.24 para forta-lecer seu ensino e argumentação. Ele ensinou acerca do plano de Deus para o casamento fazendo uma analogia entre Cristo e a Igreja, enfocando o relacionamento espiritual entre ambos. A o verbo grego ``kataleípsei´´ é o equivalente hebraico `` ya`ªzav, que no português foi traduzido por ``deixará´´. Mas esse verbo é muito forte. Sempre que Deus ordenava que os filhos de Israel abandonassem os ídolos, ele usava o verbo ``ya`ªzav´´. Essa palavra significa abandono total. O homem deve abandonar a sua antiga família e compor uma nova. Muitos casamentos são afetados pela falta de compreensão desse princípio. Sempre que um dos cônjuges ainda está preso a sua família e ainda vive como se fosse solteiro, em dependência dos pais, o casamento entra em crise. Paulo usando o texto de Gênesis ensina que deve haver esse abandono.
Em relação ao casamento, Paulo refutava com veemência o pecado da poligamia, prática muito comum na vida paga de seu século. Haveria membros da igreja que teriam mais de uma mu¬lher, mas essa situação não podia ser mantida no seio da comuni¬dade cristã em Éfeso. A promiscuidade tinha de ser combatida e o plano original divino do casamento precisava ser fortalecido. Observe como o texto se apresenta a seguir: "... e se unirá à sua mulher" — não a duas ou três, mas apenas a uma, para que os dois formem um só corpo, uma só carne. O verbo unir no grego ``proskolletésetai´´, que vem do hebraico ``Davoq´´, expressa uma verdade preciosa. O verbo Davoq significa ``grudar com cola´´, é uma união tão forte que não tem como haver uma separação sem ruptura das partes grudadas. É como a comparação das folhas de papel que são coladas, e depois alguém resolve separá-las, ela percebe que uma folha fica presa na outra com na tentativa de separação. O verbo davoq é usado constantemente no Antigo testamento para expressar união das partes do corpo, ou seja, partes que por natureza não podem ser separadas. Interessante como Paulo usa duas partes para ilustrar o relacionamento do homem e da mulher. O marido é cabeça, e a esposa é o corpo. É como se Paulo perguntasse de forma indireta: ``existe a possibilidade de separar o corpo da cabeça sem que aja sangramento, dor e morte do corpo?
Portanto, depois desta pesquisa analítico-exegética, concluo que separação é inaceitável na ótica divina, Deus odeia o divórcio. O casamento é sustentado não pelo sentimento e sim pela aliança, quando um casal se separa, estão quebrando a aliança e agridem a benevolência de Deus. Várias pessoas brincam de se casar, se separam, casam-se outra vez e não percebem que cada vez que isso acontece, elas levam uma parte da outra pessoa com essa separação (como na ilustração do papel). A cabeça não pode ser separada do corpo, jamais!

3.2. A analogia do matrimônio — v. 32
A analogia do matrimônio é espiritual. E o mistério da união entre Cristo e a Igreja. Ela está sendo preparada para o marido, que é Cristo. Essa linguagem não deve ser interpretada de forma literal, mas figuradamente. E a figura da comunhão, da lealdade e do amor entre ambos. Cristo ama sua Igreja, como o marido deve amar sua esposa. Quando Paulo diz: "Grande é este mistério", é o mesmo que dizer: "Grande é a revelação oferecida aqui" (1 Tm 3.16).

3.3. As responsabilidades inerentes ao matrimônio — v. 33

"[...] ame sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido". A responsabilidade matrimonial é mútua, mas o apóstolo coloca cada um dos cônjuges nos seus devidos lugares. Ao marido é ordenado o amor legítimo e total à mulher; a ela, o respeito devido ao marido. As palavras "amor" e "reve¬rência" tomam lugar no matrimônio como sendo a essência das responsabilidades inerentes ao casamento. O amor do marido deve ter sentido amplo, isto é, não só físico, mas também espiritu¬al e moral. A "reverência" da mulher ao marido diz respeito à submissão amorável e espontânea. Reverenciar não significa ado¬rar o marido como se fosse Deus, nem submeter-se a ele com subserviência, mas com o sentido de respeito e reconhecimento de sua autoridade como chefe espiritual e material da família. O marido que ama sua esposa como ama seu próprio corpo jamais terá uma conduta escravizadora e humilhante para com ela, mas agirá com dignidade e amor.

Breve histórico acerca do Escolasticismo


O termo ``escolasticismo´´ vem da palavra grega schole, (lugar que se aprende). O termo foi aplicado a professores na escola palaciana de Carlos Magno e também aos eruditos medievais que utilizavam a filosofia no estudo da religião e da teologia.
Escolasticismo é a tentativa de racionalizar a teologia para que se sustente a fé com a razão; ou seja, a Bíblia deve ser interpretada e sistematizada pelo prisma da filosofia através da dedução lógica aristotélica. A causa principal do surgimento do escolasticismo foi a emergência na Europa da filosofia de Aristóteles. O escolasticismo se expandiu devido o interesse dos mendicantes pelo uso da filosofia no estudo da revelação. O grande escolástico a ser destacado é Tomás de Aquino. Este desenvolveu a suas 5 vias, que foi uma obra prima. Outro motivo para sua expansão, foi o início do movimento universitário.
O conteúdo do seu estudo era a Bíblia, os credos dos concílios ecumênicos e os escritos dos pais da igreja. A questão que queriam resolver era saber se a Fé era ou não razoável. Sua metodologia era norteada pela dialética lógica aristotélica. Esta dialética é mais dedutiva do que indutiva e dá destaque para o silogismo como instrumento da lógica dedutiva. As verdades gerais da filosofia eram tiradas da teologia; assim, os escolásticos tentavam fazer conclusões legítimas a fim de criar um sistema harmônico em ordem lógica.
A estrutura filosófica dos escolásticos baseava-se na filosofia grega e dependia da posição, ou de Platão, ou de Aristóteles. Dentre elas se destaca o realismo, onde Platão diz que os universais tem uma existência objetiva em algum lugar do universo. Anselmo da Itália entendia a questão da fé e da razão é de se estabelecer a fé como fundamento para o conhecimento. Os livros-textos, como o Decretum de Graciano, um texto de lei canônica, tiveram um lugar importante na vida da erudição medieval.
Outra tendência era o realismo moderado. Este, era defendido por Aristóteles, pois tinha uma visão mais moderada acerca da realidade. Ele dizia que os universais tem uma existência objetiva, embora não existam aparte das coisas individuais mas sim nelas. Abelardo e Tomás de Aquino podem ser considerados como realistas moderados. Abelardo era da Bretanha e cria que a realidade existia primeiro na mente de Deus, depois, aqui e agora, em indivíduos e coisas.
Tomás de Aquino (1225-1274), conhecido como ``doutor Angélico´´, dedicou-se na integração da filosofia de Aristóteles com a teologia revelada na Bíblia como interpretada pela igreja romana. Para isso, adotou a posição do realismo moderado e se tornou o principal pensador escolástico a sustentar esta posição. Em sua grande obra ``suma teológica´´, procurou harmonizar as áreas da fé e da razão em uma totalidade de verdade.
Os nominalistas eram os escolásticos medievais que se opunham aos realistas e aos realistas moderados. Roscelino e depois Guilherme de Occam foram os representantes mais destacados do pensamento nominalista. A frase: verdades ou idéias gerais não tem existência objetiva fora da mente; ao contrário, elas são apenas idéias subjetivas formadas pela mente como resultado da observação de coisas particulares. Os universais são apenas nomes de classes. Esse grupo foi o precursor medieval dos impiristas do século XVII e XVIII e dos positivistas e pragmatistas contemporâneos. O conflito entre nominalismo e realismo foi o grande problema enfrentado pelos escolásticos no primeiro período do escolasticismo, entre 1050 e 1150.
Por fim, pode-se concluir dizendo que na suma de Tomás de Aquino, o escolasticismo deu à igreja romana medieval e moderna, uma síntese definitiva e integrada que harmonizava filosofia e religião. Os neo-tomistas procuram hoje através de um estudo da obra de Aquino providenciar uma integração entre ciência e religião para o catolicismo moderno.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Se o natal durasse o ano todo?

Dezembro é o mês onde ocorre várias mudanças comportamentais. As pessoas pensam em dar e receber presentes, se abraçam e lançam palavras de prosperidade e felicidade umas para as outras. O colorido das lâmpadas aparece na fachada das casas, árvores de natal são armadas na sala de milhares de pessoas que esperam o dia 25 chegar para expor toda sua humanidade que há meses estava guardada e empoeirada no porão da sua alma.
Tão bonito de se ver, de se observar, por isso tiramos fotos desses momentos, precisamos nos recordar desse dia que mudamos tanto de comportamento; afinal, ele só dura 24 horas, é necessário fotos para nos lembrarmos durantes os meses seguintes de como fomos humanos naquele dia.
Eu vejo nesse dia o homem que não olhava no rosto do seu vizinho que estava doente com câncer há meses lhe procurar e dizer: feliz natal vizinho! Vejo uma família que não conseguiu se reunir uma vez se quer no ano todo, trocando presentes com pessoas que mal conhecem. Vejo o irmão da igreja apertando a mão daquele que ele nunca se importou só por causa do pedido do seu pastor no microfone no culto de natal. Percebi também o abraço daqueles que nunca compartilharam nada, mas podem fingir que são irmãos, nem que seja nesse dia.
O que acho mais interessante no natal, é que essa data permite as pessoas ganharem um diploma de artes cênicas. Essa data permite-nos sermos o que não somos, ou o que não conseguimos ser durante o resto do ano todo. O pai ausente aparece na foto segurando um brinquedo do lado do seu filho; o mal humorado do seu vizinho abre um sorriso tão grande quanto sua hipocrisia; pessoas que não falariam com você em hipótese alguma, se atiram em seus braços e falam frases feitas como uma oração, como se fosse para cumprir um ritual social; as igrejas lotadas de pessoas de branco como se quisessem esconder a negritude do seu interior que foi exposto nos meses anteriores.
Mas, e se o natal durasse o ano todo, como seria? Como seria o vizinho? E as famílias? E o irmão da igreja? O que dizer do pai ausente? Imagine se o sentimento do dia 25 se transformasse em verdade contínua e o amor teórico do natal virasse sentimento prático e espalhado nos 12 meses do ano. Zacarias 8:16-17 diz: ``Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas. E nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ameis o juramento falso; porque todas estas são coisas que eu odeio, diz o SENHOR.´´
Deveríamos pensar bem ao olharmos para esse texto, pois não vejo o profeta afirmar que a verdade deva aparecer somente uma vez por ano (25 de dezembro), nem o amor ao próximo praticado em detrimento de uma data comemorativa. O amor cristão deve ser uma prática continua e incansável, isso porque nossa vida cristã não está condicionada a uma data especifica ou ocasião entusiástica; devemos mostrar o amor e a misericórdia durante os 365 dias do ano.
Infelizmente, isso só acontece com a maioria das pessoas no dia 25 de dezembro; e quando as lâmpadas que enfeitam nossos murais se apagam, a vontade de amar se apaga também. Tenho a nítida impressão que o brilho de Cristo no interior de muitos crentes já se apagou há muito tempo. Se o natal durasse o ano todo o vizinho iria procurar se preocupar com aquele que mora ao lado; as famílias já não seriam mais só sobrenomes e seriam células mater saudáveis na sociedade; e o irmão da igreja mostraria o amor de Cristo para o próximo. Mas vou continuar pensando... e se o natal durasse o ano todo?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Sistema Feudal do Protestantismo Brasileiro

Se nos reportarmos para o passado, mais precisamente para o século V, perceberemos o início de uma época na história da humanidade chamada de idade média. Esta se estende até o século XV, onde a queda de Constantinopla e o fim do Império Romano do Oriente em 1453; a crise do feudalismo; a ascensão das monarquias nacionais européias; a guerra dos 100 anos; a queda da produção agrícola; o início da recuperação demográfica e econômica após a Peste Negra; os Descobrimentos explorações Marítimas; o movimento de redescoberta da cultura clássica, por volta do século XV; a Reforma Protestante, a partir de 1517; marcam o fim da idade medieval.

É importante destacar que o período entre o século V ao IX é chamado de alta idade média, período refere-se a elementos que vão contribui para a cristalização do sistema feudal. Este, por sua vez, se estende do século IX ao XII. Do século XII ao XV, temos a baixa idade média, época da crise do feudalismo, que teve como marcas do seu fim, os pontos históricos supracitados.

Basicamente, as bases do feudalismo são: economia auto-suficiente; poder político descentralizado; sociedade estamental; e o trabalho servil. Os feudos eram auto-suficientes, produziam para seu próprio consumo, embora que havia ocasiões onde a troca de recursos naturais acontecia, como o sal por exemplo. O poder político era descentralizado, pois terra era sinônimo de poder, quem as tinha detinha o poder político. O trabalho servil ficava na mão dos camponeses que trabalhavam para os senhores feudais. Por fim, quero destacar a tipo de sociedade estamental. O que é isso? É uma sociedade dividida em grupo, em camadas, em castas, em estados, ou, estamentos.

O primeiro estado era formado pelo Clero; o segundo estado era formado pela nobreza e o terceiro era composto pelos trabalhadores. O primeiro estado tinha como privilégio a oração, o segundo estado as decisões políticas e as práticas de guerra, já o terceiro estado tinha como função, sustentar o primeiro e o segundo estado.
Dentro dessa sociedade estamental, vão se estabelecer as relações feudo-vassálicas; onde àquele que doa uma porção de terra é chamado de suserano, já aquele que recebe o benefício da terra é chamado de vassalo. A posse da terra indica posse do poder político. Em tese, quando o suserano entrega terras, ele está perdendo poder político. No entanto, o vassalo, que está recebendo poder político, tem a obrigação de prestar serviço militar ao suserano. Outra relação da sociedade estamental é a de servidão. O servo deste período fica entre o escravo do primeiro século e o trabalhador assalariado. Ele não é assalariado, pois não recebe nada; também não é escravo, pois juridicamente é livre, não pode ser vendido nem mau tratado. No entanto o servo está preso a terra, e é da exploração da terra, da produção que o servo tira da terra, que os senhores feudais, a nobreza medieval eram sustentados.

As principais obrigações feudais eram: Corvéia, Talha e banalidades. O trabalho que os servos eram obrigados a desempenhar nas terras dos senhores feudais, geralmente cinco dias na semana, era chamado de Corvéia. Talha, era a obrigação feudal que o servo tinha para o dono da terra. Visto que o servo estava preso a um lote de terra e deveria por obrigação dar 50% de tudo que produziu ao dono do lote; e os outros 50% era para o seu sustento pessoal. Banalidades, era o pagamento que o servo fazia ao senhor feudal por algumas máquinas e serviços prestados pelo senhor. Por exemplo, o servo pagava pelo forno para fazer o pão, o moinho para moer o trigo, e uma taxa para transitar por estradas mantidas pelo seu senhor, o famoso ``pedágio´´.

Mas você deve está se perguntando o que isso tem com a igreja contemporânea? O mundo Pós-moderno e pragmático ensina que o que dá certo é o que cresce numericamente e logisticamente. João Alexandre, cantor e compositor cristão acertadamente afirmou em uma das suas músicas: ``a morte se esconde atrás dos templos, tudo é vaidade´´. A igreja está deixando de ser um lugar de misericórdia e está se transformando em feudos. Basta observar o encontro de dois pastores para entender. Eles se encontram depois de muitos anos e geralmente a primeira pergunta acerca da igreja um do outro é: e a sua igreja... está com quantos membros? O poder pastoral é medido pela quantidade de membros (servos), e o tamanho da igreja (feudo). Os senhores feudais evangélicos (pastores) estão mais preocupados com o prédio, o tamanho do lote da sua igreja, esquecendo-se de que a vida das ovelhas e o cuidado com as mesmas devem ser colocado em primeiro lugar. Essa era a preocupação de Paulo, que os Tessalonicenses se parecessem com Cristo. Para os Coríntios ele diz que sua intenção era que eles crescessem no conhecimento e na graça de Deus. A preocupação de Paulo não era quantitativa nem logística, mas qualitativa e espiritual. Na mente do Apóstolo Paulo, o que deveria crescer antes das paredes e dos limites do terreno da igreja, era a espiritualidade de cada irmão.

A relação feudo-vassálica é muito claro nos nossos feudos protestantes. Será que hoje não acontece o caso em que o suserano (pastor) oferece certas posições, cargos e privilégios a certos irmãos em troca de obediência, fidelidade e afiliação partidária? Creio que não ficou na idade média. Quantas pessoas se magoam diariamente nas igrejas por saber que seu pastor toma partido por uns; porque favorece aquele irmão que tem uma posição social mais elevada e oferece benefícios; porque o pastor tem o seu próprio grupo de vassalos na igreja, que por serem constantemente beneficiados pelo suserano encobrem seus erros e defeitos como pagamento dos benefícios recebidos. Mas eu acho que você nunca viu isso na sua igreja, só viu nos livros de história no ensino médio não é verdade?

O sistema das igrejas neo-pentecostais é similar ao feudalismo medieval. Não só essas, mas muitas igrejas tem copiado esse modelo. O pastor é um típico senhor feudal. A sede de muitos pastores por templos faraônicos e exércitos de servos nas suas igrejas, comprova isso que penso ser verdade. Assim como no modelo de sociedade estamental, composto pelo Clero, nobreza e servos, a igreja se vê nessa condição. O primeiro estado, o clero, são os pastores, bispos e apóstolos. O segundo estado é a nobreza, os conselhos, presbitérios, a irmã ou irmão mais chegado ao clero que por isso tem benefícios e privilégios. Os servos por sua vez, são aqueles que mantêm o sistema; ou seja, sustenta o primeiro e o segundo estado com seus dízimos e ofertas.

As obrigações feudais evangélicas são: Cornéia, o membro (servo) deve trabalhar na igreja (feudo) e produzir para o crescimento do poder do seu senhor (pastor); Talha, é a obrigação que o membro deve ao seu senhor de dá 10% do que produz para não ser castigado com sermões de condenação financeira e de que o diabo agora vai ter acesso a sua pobre vida sem governo e proteção divina. Banalidades, é o que o servo deve pagar ao seu senhor por está se utilizando dos serviços prestados pelo feudo. Por exemplo, ele deve pagar com a própria dignidade; pois passa meses, anos trabalhando em uma igreja, mas quando precisa do seu senhor (pastor), precisa esperar uma eternidade na fila de espera para ser atendido, precisa falar com sua secretária para agendar, ou orar a Deus para se encontrar com ele em um momento de folga do serviço feudal eclesiástico. Se afastou-se dos caminhos de Deus, vai precisar de muita ajuda divina, pois seu trabalho no feudo geralmente não é lembrado nesses momentos e o senhor feudal tem outros servos ativos, dos quais precisa se preocupar. O nome faz jus, banalidade. Essa é a palavra correta para a realidade do descaso que os senhores feudais protestantes estão praticando. O sistema moral falido das nossas instituições, devem ser trocados pela ética do Reino, este é digno de ser copiado, Reino sim, instituição não. Toda instituição humana está fadada a falência, o Reino é eterno.

Por fim, afirmo que o grito da Reforma Protestante ainda ecoa nos nossos guetos religiosos. Esse grito deveria ser ouvido e não rejeitado, pois muitos dizem que o Brasil precisa de uma nova Reforma; mas entendo que a Reforma já aconteceu e fez o que Deus determinou, só o que resta é vivermos diariamente os princípios dos reformadores. No dia 31 de Outubro a Reforma é comemorada quando deveria ser vivida; e não apenas vivida nesse dia, pois vivemos 364 dias sob o domínio do sistema católico e feudal da idade média. Que Deus nos conceda graça e misericórdia para não nos corrompermos com o sistema medieval que se instalou em muitas igrejas brasileriras. Que Deus nos abençoe!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Minha vida nas mãos de Deus! (Romanos 12:1-2) - Por Erick NewmanMinha vida nas mãos de Deus! (Romanos 12:1-2) - Por Erick Newman

OS SOCIÓLOGOS DA DÉCADA DE 80, AFIRMARAM QUASE QUE EM UNANIMIDADE, QUE NO FINAL DOS ANOS 90 O SENTIMENTO RELIGIOSO E O APEGO AS EMOÇÕES PRATICAMENTE SUMIRIAM. ISSO SE DARIA COMO CONSEQUÊNCIA DA PÓS-MODERNIDADE E DO AVANÇO TECNOLÓGICO. O ESPIRITUAL SERIA ESQUECIDO, A RAZÃO VOLTARIA A BRILHAR; SERIA O TEMPO DO ``TER´´ E NÃO DO ``SER´´. ENTRETANTO, DEPOIS DE CERCA DE 20 ANOS, PODEMOS PERCEBER QUE DO CONTRÁRIO DO QUE ALGUNS SOCIÓLOGOS ESPERAVAM, A NECESSIDADE DO DIVINO E A CARÊNCIA DAS EMOÇÕES AUMENTOU DE FORMA ASSUSTADORA. A CADA DIA UM NOVO TIPO DE RELIGIÃO É CRIADA. O SER HUMANO MESMO VIVENDO EM UM MUNDO GLOBALIZADO BUSCA DE FORMA DESENFREADA O DIVINO. O HOMEM DO SÉCULO XXI É TÃO MÍSTICO QUANTO DIGITAL.

VEMOS A RELIGIOSIDADE, O CERIMONIALISMO E O EMOCIONALISMO INVADINDO AS NOSSAS IGREJAS. ESSAS PESSOAS MUITAS VEZES AFIRMAM QUE SUAS VIDAS ESTÃO NAS MÃOS DE DEUS, MAS, SURGEM DUAS INDAGAÇÕES. PRIMEIRO, A QUE ``DEUS´´ ESSAS PESSOAS ESTÃO SE OFERECENDO? SEGUNDO, COMO É ESSA ENTREGA? MESMO QUE UMA PESSOA FAÇA UMA AFIRMAÇÃO DESSA, ELA PODE TROPEÇAR EM DOIS ERROS. O DE SE COLOCAR NAS MÃOS DE UM FALSO DEUS, OU SE ENTRAGAR A JESUS DE FORMA ERRADA. INFELIZMENTE MUITAS PESSOAS TEM ENTREGADO A SUA VIDA NAS MÃOS DE DEUS DE FORMA ERRADA. TEM SIDO MUITAS VEZES UMA ENTREGA EMOCIONAL E PARCIAL, QUANDO NA VERDADE ESSA ENTREGA DEVERIA SER RACIONAL E INTEGRAL.

VEMOS COMUMENTE OS APELOS FEITOS NOS PÚLPITOS DAS NOSSAS IGREJAS POR PREGADORES ROMACISTAS. TAIS PREGADORES CONVIDANDO AS PESSOAS A ENTREGAREM O SEU CORAÇÃO A DEUS, E NÃO TODA SUA VIDA. AQUELE VELHO CHAVÃO QUE DIZ QUE DEUS SÓ QUER O CORAÇÃO, DIANTE DE ROMANOS 12 SE DISOLVE RAPIDAMENTE. A IGREJA DE FORMA INCOSCIENTE TEM RESSUSSITADO A ANTIGA FILOSOFIA PLATÔNICA QUE DIZIA QUE O CORPO É DESPREZÍVEL, QUE A MATÉRIA É MÁ E QUE TINHAM COMO SLOGAN: ``O CORPO É UMA TUMBA´´; E NO CORPO ESTAVA APRISIONADO O ESPÍRITO, A ÚNICA PARTE HUMANA QUE OS GREGOS VALORIZAVAM.

MAS QUANDO OLHAMOS PARA A BÍBLIA VEMOS O CONTRÁRIO. VEMOS HOMENS E MULHERES QUE NÃO ENTREGARAM APENAS UMA PERTE DA SUA VIDA NAS MÃOS DE DEUS, NEM FIZERAM ISSO DE FORMA EMOCIONAL. ENTRAGARAM TODO O SEU SER NAS MÃOS DE DEUS. FOI MOVIDO POR ESSE SENTIMENTO QUE JONATHAN EDWARDS DECLAROU: `` HOJE ESTIVE DIANTE DE DEUS E ENTREGUEI-LHE TUDO O QUE TENHO E O QUE SOU, DE FORMA QUE JÁ NÃO PERTENÇO A MIM MESMO DE MODO NENHUM. EU ME ENTREGUEI COMPLETAMENTE A ELE´´.


QUANDO EU OLHO PARA BÍBLIA EU VEJO ABRAÃO A CAMINHO DE MORIÁ, ENTREGANDO TUDO NAS MÃOS DE DEUS. EU VEJO JOSÉ DIANTE DOS SEUS IRMÃOS, QUE PODERIA SE VINGAR MOVIDO POR GRANDE IRA E REVOLTA DIZENDO: FOI PRA A CONSERVAÇÃO DA VIDA QUE O SENHOR ME TROUXE AQUI´´. EU VEJO MOISÉS ENTREGANDO TODA SUA VIDA A DEUS PARA ASSUMIR SEU PAPEL DE LIBERTADOR. EU VEJO JOSUÉ ENTREGANDO TODA SUA VIDA A DEUS E ASSUMINDO A DURA MISSÃO DE SUBSTITUIR MOISÉS NA LIDERANÇA DO POVO. EU VEJO ESTER, DIANTE DO ESTERMÍNIO DOS SEUS IRMÃOS, SE ENTREGANDO EM JEJUM E ORAÇÃO NAS MÃOS DE DEUS E DIZENDO AO POVO: JEJUAI POR 3 DIAS, QUE DEPOIS FALAREI COM O REI, E SE EU PERECER, PERECI. EU VEJO NEEMIAS, GRANDE ESTRATEGISTA, QUE MESMO DIANTE DAS SILADAS DE SAMBALATE E GESÉM, FEZ UMA LINDA E CURTA ORAÇÃO DE DEPENDÊNCIA EM DEUS DIZENDO: AGORA POIS, OH DEUS, FORTALECE AS MINHAS MÃOS! EU VEJO ISAÍAS OBEDECENDO O CHAMADO DE DEUS E REPONDENDO: EIS-ME AQUI SENHOR, ENVIA-ME A MIM! EU VEJO DAVI NOS SEUS SALMOS SE ENTREGADO A DEUS DE CORPO E ALMA. EU VEJO JESUS, O PRÓPRIO DEUS ENCARNADO, SE COLOCANDO CONSTANTEMENTE NAS MÃOS DO PAI. EU VEJO OS PAIS DA IGREJA: ORÍGENES, IRINEU, POLICARPO, INÁCIO, HOMENS QUE ENTREGARAM AS SUAS VIDAS NAS MÃOS DE DEUS.

EU VEJO OS PRÉ-REFORMADORES: JONH WICLIF, JOHN HUS, JERÔNIMO SAVONAROLA, HOMENS QUE ENTREGAVAM A SUA VIDA CONSTANTEMENTE NAS MÃOS DE DEUS. AO PONTO DA CIDADE ONDE MORAVA JERÔNIMO SAVONAROLA SER TOTALMENTE IMPACTADA PELA VIDA DESSE HOMEM. EU VEJO OS REFORMADORES: LUTERO, CALVINO, ZUÍNGLIO, HOMENS QUE COLOCARAM SUAS VIDAS NAS MÃOS DO SENHOR! JOHN KNOX VIU EM 1559 O CATOLICISMO ROMANO DEVASTANDO O SEU PÁIS, MAS KNOX SE COLOCAVA CONSTANTEMENTE NAS MÃOS DE DEUS. ATÉ QUE CERTO DIA SUA ESPOSA O CHAMA PARA COMER E ELE DIZ: COMO POSSO EU COMER, SE O MEU PAÍS ESTÁ PERENCENDO, POR ISSO PRECISO ME COLOCAR MAIS E MAIS NAS MÃOS DE DEUS. UM ANO DEPOIS KNOX VIU UM GRANDE MILAGRE, O PARLAMENTO ESCOCÊS APROVOU O PRESBITERIANISMO COMO RELIGIÃO OFICIAL DA ESCÓCIA, PELA INFLUÊNCIA DE UM HOMEM QUE TINHA SUA VIDA NAS MÃOS DE DEUS. KNOX TINHA SUA VIDA NAS MÃOS DE DEUS DE FORMA TÃO PODEROSA, QUE A RAINHA DA INGLATERRA NA ÉPOCA DECLAROU: EU TENHO MAIS MEDO DAS ORAÇÕES DE JOHN KNOX, DO QUE OS EXÉRCITOS DA ESCÓCIA!

E NÓS? QUANTOS DE NÓS ESTAMOS NAS MÃOS DO SENHOR? EXISTE 3 ÁREAS DA VIDA DO HOMEM, QUE QUANDO ESTÃO NAS MÃOS DE DEUS PODEMOS AFIRMAR QUE ESTAMOS DE FORMA INTEGRAL: O SER, O TER E O AGIR. É IMPOSSÍVEL UMA PESSOA AFIRMAR QUE ESTÁ PLENAMENTE NAS MÃOS DE DEUS SE UMA DESSAS ÁREAS NÃO ESTIVER EM SUAS MÃOS. O SER EMVOLVE AS NOSSAS EMOÇÕES, OS NOSSOS SENTIMENTOS, OS NOSSOS CONCEITOS, NOSSOS PRINCÍPIOS. O TER ENVOLVE AQUILO QUE TEMOS E QUE DEIXAMOS DE TER. O AGIR, TODAS AS NOSSAS ATITUDES, AÇÕES, RESULTADO DA SOMA DAQUILO QUE PENSAMOS E SENTIMOS.
PAULO ARGUMENTA ISSO EM ROMANOS 12, DOS CAPÍTULOS 1 AO 3 É A ARGUMENTAÇÃO QUE EXPÕE A INICIATIVA REDENTIVA DE DEUS, ELE AGORA NO CAPÍTULO 12 VAI APRESENTAR SUA CONCEPÇÃO DE RESPOSTA DO HOMEM À GRAÇA DE DEUS. DENTRO DA PROPOSTA INICIAL, EXTRAÍDA DE HABACUQUE (CF: RM 1:17) “AQUELE QUE PELA FÉ E JUSTO, VIVERÁ”, O AUTOR AGORA VAI DESCREVER A SEGUNDA PARTE: “VIVERÁ”, OU SEJA, A VIDA DAQUELE QUE FOI JUSTIFICADO PELA FÉ. AS EXORTAÇÕES ÉTICAS DESSA SEÇÃO TÊM UMA CORRELAÇÃO MUITO PRÓXIMAS COM O SERMÃO DA MONTANHA, DANDO A ENTENDER QUE AQUELES ENSINAMENTOS, EMBORA AINDA NÃO ESCRITOS, ESTAVAM PRESENTES EM ESBOÇOS E ENSINOS ORAIS NAS IGREJAS.

APRESENTEIS. É A MESMA PALAVRA UTILIZADA EM 6: 13 E 19, ENTÃO TRADUZIDAS POR “OFERECER”. PAULO PEDE UMA AÇÃO RAZOÁVEL (LÓGICA), DE QUEM SE OFERECE DE CORAÇÃO. SACRIFÍCIO VIVO. NÃO SE TRATA MAIS DE SACRIFÍCIO DE ANIMAIS, MAS DE UMA NOVA E SUPERIOR FORMA DE OFERTA: A OFERTA DA PRÓPRIA VIDA, EM ADORAÇÃO (CF. HEB 13:15S E 1PE 2:5), A EXEMPLO DA OFERTA DE CRISTO, QUE ENCERRA E CONSUMA A FIGURA INCOMPLETA DO CORDEIRO PASCAL. A EXORTAÇÃO É QUE O QUE ANTES SE RESUMIA NUMA FORMALIDADE RITUALÍSTICA, AGORA SE TRANSFORME EM UM ATO ÍNTIMO DE PROFUNDA CONTRIÇÃO E ADORAÇÃO.

ESTE SÉCULO. ESTA PALAVRA APARECE TAMBÉM EM 1CO 1:20, 2:6, 3:18; 2CO 4:4 E GL 1:4, E SIGNIFICA ESTE MUNDO, NO SENTIDO DE SISTEMA DE VALORES E IDÉIAS. DEVEMOS VIVER NESTE MUNDO, MAS NA VERDADE NÃO PODEMOS ASSUMIR A SUA FORMA (NÃO VOS CONFORMEIS), NAQUILO QUE É INCOMPATÍVEL COM O REINO DE DEUS. SEM VIGÍLIA E ORAÇÃO (MT 14:38), O CRENTE NATURALMENTE ABSORVERÁ A MENTALIDADE DESTE SÉCULO, SEM QUE SE APERCEBA DISSO.

PORTANTO, O QUE O TEXTO DE ROMANOS REVELA SOBRE UMA ENTREGA TOTAL NAS MÃOS DE DEUS?


1- DEVE SER UMA ENTREGA CONSTANTE. ``APRESENTEIS...´´
2- EXIGE PERDAS. ``SACRIFÍCIO VIVO´´
GRANDE PARTE DE NOSSO CRISTIANISMO ATUAL ESTÁ ENCHARCADA DE SENTIMENTOS, MAS DESPROVIDA DE SACRIFÍCIOS. (FRANK FARLEY)
3- FAZ COM QUE ANDEMOS NA CONTRA-MÃO DO MUNDO. ``E NÃO VOS CONFORMEIS COM ESTE SÉCULO...´´

4- POSSIBILITA EXPERIMENTAR A VONTADE DE DEUS PARA NOSSA VIDA. ``PARA QUE EXPERIMENTEIS QUAL SEJA A BOA, AGRADÁVEL E PERFIETA VONTADE DE DEUS´´

CONCLUSÃO: NÃO SE REQUER NADA MENOS DO QUE UM SACRIFÍCIO VIVO. NÃO UM EMPRÉSTIMO, MAS UMA DOAÇÃO; NÃO EMOÇÕES, MAS UM SACRIFÍCIO; NÃO O QUE TEMOS DE PIOR, MAS O QUE TEMOS DE MELHOR; NÃO UMA OFERTA MORTA, MAS VIVA. CADA GOTA DE NOSSO SANGUE, CADA GRAMA DE NOSSA ENERGIA, CADA BATIDA DE NOSSO CORAÇÃO; TUDO DEVE SER ENTREGUE NAS MÃOS DE DEUS. (JOSEPH PEARCE).

Fatores da Pós-modernidade que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Parte 4 - Por Erick Newman.

PRAGMATISMO

Pragmatismo é a noção de que o significado ou o valor é determinado pelas consequências práticas. É muito similar ao utilitarismo, a crença de que a utilidade estabelece o padrão para aquilo que é bom. Para um pragmatista/utilitarista, se uma determinada técnica ou um curso de ação resulta no efeito desejado, a utilização de tal recurso é válida. Se parece não produzir resultados, então não tem valor. O pragmatismo como filosofia foi desenvolvido e popularizado pelo filósofo William James, junto com outros intelectuais famosos como John Dewey e George Santayna. Foi William James que deu nome e molde à nova filosofia. Em 1907, ele publicou uma coleção de preleções intitulada “Pragmatismo: Uma Nova Nomenclatura para Algumas Velhas Formas de Pensar”. Assim, delineou uma nova abordagem para a verdade e a vida.
O pragmatismo tem suas raízes do darwinismo e no humanismo secular. É inerentemente relativista, rejeitando a noção dos absolutos - certo e errado, bem e mal, verdadeiro e falso. Em última análise, o pragmatismo define a verdade como aquilo que é útil, significativo e benéfico. As idéias que não parecem úteis ou relevantes são rejeitadas como sendo falsas. Segundo Nietzsche (2003), o mundo para nós tornou-se novamente infinito no sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações. O que há de errado com o pragmatismo? Afinal de contas, o bom senso não requer uma dose de pragmatismo legítimo? Se o medicamento receitado por um médico tem efeitos colaterais, ou se não produz o resultado esperado, é necessário solicitar-lhe um remédio que funcione. Esse é um bom exemplo de uma simples realidade pragmática que é, por si, óbvia.
Quando o pragmatismo, entretanto, é utilizado para a igreja formular juízo acerca do certo e do errado ou quando se torna a filosofia norteadora da vida dos irmãos de uma comunidade, a teologia acaba, inevitavelmente, colidindo com as Escrituras. A verdade espiritual e bíblica não é determinada baseando-se no que "funciona" ou no que "não funciona". Sabemos, por intermédio das próprias Escrituras, que o evangelho frequentemente não produz uma resposta positiva (I Co. 1.22-23 e 2.14). Por outro lado, as mentiras satânicas e o engano podem ser bastante eficazes (Mt. 24.23-24; II Co. 4.3-4).
Os crentes da magnífica cidade de Corinto também embarcaram em uma espécie de pragmatismo incipiente. Quantas experiências espirituais os crentes daquela cidade realizaram e transformaram em doutrina devido a esse modo de pensar? Por exemplo, os partidos dentro da igreja. Se o partidarismo era visto como uma forma correta de se viver na igreja e se era certo segundo a visão daqueles crentes, então deveria ser praticado e aceito.
O pragmatismo diz: o que dá certo? Como dá certo? Ele não tem compromisso com a verdade, mas com resultados positivos. Portanto, essa prática também contribuía para a falta de espiritualidade dos membros da arrogante igreja de Corinto.

Fatores da Pós-modernidade que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Parte 3 - Por Erick Newman.

RELATIVISMO

Relativismo é a teoria filosófica que se baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Ela parte do pressuposto de que todo ponto de vista é válido. Essa filosofia afirma ainda que todas as posições morais, todos os sistemas religiosos, todos os movimentos políticos, etc., são verdades que são relativas ao indivíduo. Infelizmente, a filosofia do relativismo é penetrante e facilmente vista na igreja. Com a rejeição de Deus e do Cristianismo, a verdade absoluta particular está sendo praticamente abandonada. Esta sociedade pluralista deseja evitar a idéia que há realmente o certo e o errado. Sendo assim, Relativismo é a posição em que todos os pontos de vista são tão válidos quanto qualquer outro, e em que o indivíduo é a medida do que é verdade para si.
Isto é demonstrável através do ambiente social, do sistema judicial deteriorado que possui cada vez mais dificuldades em punir os criminosos, da mídia que continua a empurrar o seu pacote particular do que seja moralidade e decência, das escolas que ensinam a evolução Darwiniana, a "tolerância social" e etc. Como consequência, o relativismo moral está cada vez mais ganhando espaço no sentido de encorajar a todos em aceitar o homossexualismo, a pornografia na TV, a fornicação, e uma avalanche de outros pecados que outrora foram considerados errados e perniciosos, mas que agora estão sendo aceitos e até mesmo encorajados nesta sociedade. No entanto, é necessário esclarecer que isto não passa de hipocrisia por parte daqueles que condenam quem afirme que exista ainda moralidade absoluta hoje em dia. Parece que o único objetivo de seus proponentes é afirmar que todos os pontos de vista a respeito do que seja a “verdade” são válidos, menos aqueles que defendem que há verdades absolutas, um Deus absoluto e coisas certas e erradas de modo absoluto.
Quando o relativismo influencia a igreja, os absolutos da fé são jogados fora, logo, cada pessoa na igreja pode fazer ou não o que bem achar que é correto, como no caso da igreja corintiana, que não via problema algum em seguir cada um o seu líder e desprezar os outros. Cada grupo tem a sua verdade e cada um fica no seu canto, era essa a mentalidade dos coríntios. Algumas expressões típicas que revelam basicamente as pressuposições de pessoas relativistas são: está é a sua verdade, não a minha; isto é verdadeiro para você, mas não para mim; não há verdades absolutas.
Como a igreja caminha saudavelmente se ela não segue uma regra de fé e prática e se para tudo pode-se recorrer ao relativismo? A igreja demonstra falta de espiritualidade quando segue os passos mundanos da pós-modernidade através do relativismo, e isso é reprovável à luz da Bíblia.

Fatores da Pós-modernidade que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Parte 2 - Por Erick Neman.

PLURALISMO

As fontes do pluralismo estão claramente relacionadas com o pós-modernismo, que se evidencia numa cultura sem os seus absolutos. O modernismo capitulou diante do pós-modernismo. Com este último, houve um colapso geral da confiança no Iluminismo, no poder da razão de proporcionar os fundamentos para um conhecimento universalmente válido do mundo, incluindo o conceito de Deus. A razão falha em libertar a moralidade correspondente ao mundo real no qual vivemos. E com este colapso da confiança nos critérios universais e necessários da verdade, têm florescido o relativismo e o pluralismo.
Uma das ilustrações do pluralismo intelectual pode ser vista na abordagem dos textos e de sua linguagem. Trata-se de um método pluralista crítico do texto chamado Desconstrucionismo, que declara que a identidade e as intenções do autor de um texto são irrelevantes para a interpretação do texto, antes de insistir que, em qualquer caso, nenhum significado pode ser encontrado nele. Todas as interpretações são igualmente válidas ou igualmente destituídas de significado (dependendo do ponto-de-vista de quem o analisa). Todas as pessoas podem ter as suas próprias idéias com respeito ao texto lido. Ninguém pode reivindicar exclusividade de verdade na sua interpretação. Dessa forma, o pluralismo afirma que o texto bíblico não é uma verdade universal, mas fica em aberto, entregue a uma interpretação pessoal e múltipla. Isso claramente afeta a espiritualidade da igreja, visto que uma pessoa pode não aceitar um princípio bíblico por entender que existe mais de uma verdade.
Na filosofia, o pluralismo define-se como a doutrina que afirma que há mais de um princípio universal, em oposição ao monismo, o qual reduz toda a realidade a um princípio único. Na sociologia e na cultura, define-se o pluralismo como a coexistência de cosmovisões divergentes. Na religião, o pluralismo é a doutrina de que a salvação, ou qualquer coisa que se entenda por salvação, é alcançada pelas pessoas através de uma quantidade enorme de condições e de meios, em várias religiões. Este pluralismo, então, outorga a todas as religiões o mesmo valor soteriológico, moral e espiritual.
O pluralismo não é um fenômeno novo. Ao ler as páginas do Novo Testamento, podemos vê-lo na cultura e no contexto em que o evangelho foi pregado pela primeira vez. Quando Paulo chegou a Atenas, por exemplo, viu a cidade entregue à idolatria. A religião era um buffet do qual o ateniense se servia a gosto. Mas era comida que, em vez de saciar a fome, abria mais o apetite, já que todos os de Atenas, inclusive os estrangeiros residentes, de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades. Falando sobre Atenas, Stott (2003) diz que ela era uma cidade em que havia inúmeros templos, santuários, estátuas e altares. No Panteão havia uma imensa estátua de Atena feita de ouro e mármore. Em toda parte havia imagens de Apolo, o padroeiro da cidade, de Júpiter, Vênus, Mercúrio, Baco, Netuno, Diana e Esculápio. Todo o panteão grego estava ali, todos os deuses do Olimpo.
A igreja de corinto era totalmente influenciada pelo que se entende hoje por “pluralismo”. Cada partido da igreja tinha sua própria verdade, seus próprios métodos místicos, suas formas de apresentação dos dons espirituais, enfim, a pluralidade era aceita e tida como normal. Essa pratica foi determinante para o declínio da espiritualidade daquela comunidade cristã. As divisões dentro da igreja mostram como o pluralismo está incutido na mente das pessoas, ainda que as mesmas nunca tenham ouvido esse termo. Isso porque, quando membros da igreja se dividem em partidos e grupos rivais por algum motivo que não estão de acordo, com certeza o pluralismo está cooperando para isso. Pode-se afirmar isso devido ao fato de que, sempre que a unidade se fragmenta como no caso da igreja de Corinto, é devido a pontos de vistas distintos; e isso envolve um universo de conceitos e pressupostos dos partidos e grupos envolvidos. Cada grupo entende que pode muito bem viver cada um do seu lado, cada um com a sua verdade, cada um com seu tipo de líder, e assim, o pluripartidarismo é aceito como normal.
Portanto, segundo o que foi mencionado, pode-se afirmar que o pluralismo é nocivo, contribui para as divisões dentro da igreja e promove falta de espiritualidade.

Fatores da Pós-modernidade que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Parte 1 - Por Erick Newman.

INTRODUÇÃO

O otimismo da era moderna e sua confiança em que a ciência, a tecnologia e o progresso, impulsionados por um ser humano autônomo sob o reinado soberano da Razão, produziriam um mundo perfeito decepci a todos. A primeira guerra mundial deu um golpe mortal no projeto moderno. Stalin na Rússia e Hitler na Alemanha deram os últimos toques em seu sepultamento. Filósofos e escritores como Derrida, Camus, Sartre e Rorty, entre outros, deram o seu atestado de óbito, enquanto que artistas, arquitetos e sociólogos começaram a entronizar o seu sucessor. O projeto moderno de estabelecer uma cultura global, com uma base objetiva e racional para toda ação humana, sem o impedimento da religião ou de qualquer outro ponto de vista "subjetivo" e não científico, demonstrou ser tão somente um ideal inalcançável e insatisfatório.
Diante do vazio que a modernidade deixou ao desmoronar aparece o pós-modernismo. A chegada do pós-modernismo poderia ser descrita como a perda de entusiasmo pelas convicções básicas do modernismo. Pode-se fazer uma distinção entre a era moderna da pós-moderna. Ao passo que a modernidade era um manifesto de autosuficiência e de autogratificação humana, o pós-modernismo é uma confissão de modéstia e até de desesperança. Não há "verdade", há apenas verdades. Não existe a razão suprema, somente há razões. Não há uma civilização privilegiada (nem cultura, crença, norma e estilo), há somente uma multidão de culturas, de crenças, de normas e de estilos. Não há uma justiça universal, há apenas interesses de grupos. Não existe uma grande narrativa do progresso humano, há apenas histórias incontáveis, nas quais as culturas e os povos se encontram hoje. Não existe a realidade simples nem uma grande realidade de um conhecimento universal e objetivo, existe apenas uma incessante representação de todas as coisas em função de tudo o mais.
A pós-modernidade é uma atitude intelectual contemporânea que se expressa numa série de manifestações culturais que negam os ideais, princípios e valores que constituem o suporte da cultura ocidental moderna. É um existencialismo mais agudo, mais cínico, mais cruel; que diz: "primeiro eu, e com os demais eu não preciso me importar". Essas características mencionadas rondavam a igreja já no primeiro século, pois os membros de corinto tinham muitas das características do homem pós-moderno. O individualismo daquela comunidade é chocante, a busca por experiências místicas e subjetivas eram marcantes. A verdade estava fragmentada em partidos e a unidade estava enferma.
Mas não para por aí, ela é também uma revolução cultural. Apesar do alarido que a mídia faz das formas culturais que expressam a pós-modernidade, ela é silenciosa. Sucede em nível de conceitos. Valores educacionais, sociais, políticos, morais e religiosos estão sendo contestados e não estão sendo propostos outros para seu lugar. Fica um vazio. Há um desinteresse pela vida social, pelo mundo e pela preocupação com os valores absolutos.
No pós-modernismo a morte da singularidade do homem foi decretada, só existem homens e idéias, cada homem e cada idéia não são respeitadas. É uma descrença, um abandono de ideais, uma alienação, um retirar-se do mundo. Anteriormente, a mecanização do mundo e a desvalorização do homem que veio como consequência produziram reações, como o existencialismo. Nesse sentido, ele afeta a Igreja por propor rejeitar tudo que seja fora da pessoa, pela negação de valores objetivos e pela supervalorização do eu/agora, mas ainda é uma atitude. No entanto, não se mostrou consistente nem coerente na sua forma de se expressar para ser vista como uma corrente filosófica ou cultural.
Basta analisar algumas das características mais fortes da pós-modernidade: o colapso das crenças, a busca do exótico, a descrença nas instituições (as igrejas e denominações mais institucionalizadas são mais afetadas), a necessidade de escandalizar, um estilo de vida hedonista, individualista e narcisista, a perda do sentido de história (as pessoas vivem em função de eventos e não de um projeto de vida), a substituição da ética pela estética (o certo é aquilo de que eu gosto e aquilo de que eu não gosto está errado), a necessidade de pertencer (por isso a formação de "bandos" e "tribos" os mais diversos em nossa cultura), e outros mais. Isso afeta o comportamento humano. Surgem os relacionamentos "lights", imediatistas, sem ligações profundas, manifestadas no sexo efêmero e casual. Pertence-se a uma "tribo", mas se refugia no anonimato de relações via Internet. As pessoas são contraditórias. Não há sentido na vida. Cada um faz a sua vida com os seus próprios padrões de certo e errado.
É necessário entender que não existe uma definição completa sobre pós-modernidade. É impossível fazer uma leitura total da abrangência do assunto em uma simples definição. Pós-modernidade segundo Santos (1991), é o nome aplicado à mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950, quando, por convenção se encerra o modernismo. Para ele, esse fenômeno nasce com a arquitetura e a computação nos anos 50, toma corpo com a arte Pop nos anos 60, cresce ao entrar pela filosofia durante os anos 70, como crítica do pensamento ocidental e amadurece hoje, alastrando-se por todas as áreas do cotidiano humano. No entanto, Jansey (2003, p.170) a define assim:

[...] o Pós-modernismo foi o período da Alta Crítica que rompeu com os absolutos e relativizou o conhecimento, proporcionando um vasto avanço cultural, iniciado em 1781, com a primeira edição de ``Crítica da Razão Pura´´, atravessando os séculos XVIII, XIX, findando no século XX com a imigração de Rudolph Carnap (1891 – 1970) para os Estados Unidos da América e a elaboração da ``enciclopédia da Ciência Unificada´´, pelo mesmo Carnap em colaboração com discípulos americanos, em 1935.

Na modernidade, a razão erigiu-se imbatível e o progresso apresentou-se otimista e inevitável. A modernidade baseava-se em absolutos, em princípios inegociáveis que conduziriam “infalivelmente” a um mundo sem problemas. Porém, de acordo com os autores pós-modernos, as pretensões absolutistas da modernidade somente trouxeram sistemas opressivos, guerras, trincheiras e campos de concentração de idéias. Ou seja, o argumento é que cada vez que uma pessoa ou um grupo qualquer diz possuir a "verdade" (especialmente a verdade religiosa), o resultado é uma repressão. Para o pós-modernismo, "a única verdade é que não existe a verdade". A idéia chave nessa situação é que o homem tem liberdade absoluta de pensar sem valores absolutos. Cada coisa que se pensa, diga ou faça tem igual validade quando aplicado a outra coisa. Não existem paradigmas, somente escolhas. Nada é absoluto, nada é sagrado e santo, tudo se acha disponível ao alcance como opção válida.
E é aí onde reside a influência negativa do pós-modernismo para a cristandade. As pessoas já nascem num ambiente onde lhes é impostas que sejam subjetivas, onde sua experiência pessoal deve ser o supremo juiz, onde cada pessoa é seu próprio árbitro. Assim, os valores absolutos e infalíveis da Bíblia são esquecidos e deixados de lado. Na idade moderna, as pessoas eram extremamente reflexivas, buscavam a verdade no diálogo, na reflexão, nas críticas, impondo limites a certos pensamentos e ideologias. Certamente, uma característica marcante do modernismo é a reflexão e a busca pela dialética. Do ponto de vista sociológico, o homem pós-moderno é marcado pelo subjetivismo, misticismo, e negação de verdades universais.
Em meados da década de 80, muitos sociólogos afirmaram que o homem do século XXI seria um homem totalmente desapegado ao místico, alguns até ousaram afirmar que o homem do futuro iria esquecer a religião. Porém isso só ganhou muita força pouco depois da revolução industrial, as fábricas com suas produções em massa despertaram o ímpeto consumista e materialista do homem. Hoje, o que se observa em todo o mundo é justamente o contrário: o fenômeno religioso tem crescido cada vez mais. Mais pessoas buscam nas religiões respostas para problemas de diversas naturezas. O homem pós-moderno é tão místico quanto digital. Igrejas lotadas, cultos como opção social, clubes religiosos, o mercado da fé emergiu na presente época. Infelizmente muitas igrejas deixam a desejar quando se fala em unidade. Muitas vezes os membros do corpo parecem mais soldados em guerra, lutando entre si nas trincheiras eclesiásticas, do que o povo unido pela cruz de Cristo.
Desse ponto de vista religioso, influenciadas pela forte subjetividade, as pessoas nutrem uma crença tipo “picadinho”. Um homem é adepto do catolicismo, mas rejeita a orientação da Igreja sobre contracepção. Um homem professa a fé evangélica, mas também é adepto de práticas sincréticas, não entende como certo algumas doutrinas bíblicas e pode muito bem rejeitá-las sem crise de consciência, pois não está em busca da verdade, mas do que lhe satisfaz, do que lhe faz bem. Ele é seu próprio referencial. O padrão é ele mesmo. Isso é consequência da pós-modernidade que não aceita valores objetivos. Cada um faz seu caminho. Essa era a realidade da grande igreja da região da Acaia. Na comunidade de corinto, cada um buscava seus próprios interesses, se dividindo em partidos e se mutilando. Pode-se afirmar, diante de tudo que foi exposto até o presente momento, que a pós-modernidade contribuiu para a falta de espiritualidade na igreja.
Portanto, é necessário apontar alguns pontos do pós-modernismo que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Dentre os vários pontos negativos, esta pesquisa se deterá nas que mais comprometem o nível espiritual da igreja do Senhor. Sendo assim, devem-se destacar o Pluralismo, o Relativismo e o Pragmatismo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Línguas semíticas: Breve história do hebraico

A língua hebraica passou sem dúvidas por modificações durante o período do aparecimento dos diversos escritos do Antigo Testamento. Tentativas têm sido feitas no sentido de determinar as fases sucessivas desse desenvolvimento, e ligar certos livros a certos períodos sobre bases lingüísticas. Os dados, porém, são de tal modo insuficientes e incertos, que não é de se esperar que isso possa ser feito com segurança. Alguns livros terminam com palavras persas e aramaicas, indicadora de uma data recente, assim como outros elementos característico do ``Novo Hebraico´´. A este período são atribuídos geralmente os Livros das Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Eclesiastes e Daniel. A idade de ouro, ou período clássico, manifesta-se brilhantemente em Isaías, Jeremias, Ezequiel, e no Deuteronômio. Do primitivo ao ante-clássico tão pouco se conhece que não podemos fixar de forma precisa a data dos escritos do Antigo Testamento.

Origem do termo ``semita´´

O hebraico é um idioma oriental que pertence à família semita. O adjetivo semita foi usado pela primeira vez para descrever todos os idiomas do Crescente Fértil estreitamente inter-relacionados. Posteriormente, a nomenclatura foi adotada pelos estudiosos para designar os vários agrupamentos de povos falantes desse idioma. A palavra semita origina-se do nome próprio Sem, que, de acordo com Gênesis 10, foi um dos filhos de Noé e ancestral dos assírios, arameus, hebreus, e de outros povos que falavam idiomas parecidos. O termo semita passou a designar de modo operacional todos esses idiomas correlatos, mas não significa que todos os seus falantes eram descendentes de Sem.

Os idiomas semíticos

O hebraico é apenas um dos muitos idiomas correlatos que tiveram sua origem no Crescente Fértil. Esses idiomas têm se dividido em três grupos gerais: os da Mesopotâmia são chamados semíticos orientais; as da Síria-Palestina, semíticos do noroeste; e os da Arábia e da África do norte, semíticos do sul.

Semíticos orientais

O grupo semítico oriental, geralmente chamado de acádio, é o tronco lingüístico da Assíria, de Acade e da Babilônia. Era registrado na escrita cuneiforme tomada emprestada dos Sumérios antigos. Segue abaixo um exemplo de escrita semítica oriental cuneiforme, o famoso Código de Hamurábi.

Código de Hamurábi – Museu do Louvre em Paris

Semíticos do noroeste

O semítico nor-oriental é normalmente dividido em dois períodos: materiais escritos antes e depois de aproximadamente 1000 a.C. nos séculos que antecederam a virada do milênio, os idiomas desses grupos ainda eram escritos em cuneiforme (textos de Mári, as tábuas ugaríticas, e as cartas de Tel El-Amarna). Já em 1000 a.C., outras escritas começavam a ser usadas. O texto alfabético ugarítico no exemplo que se segue abaixo representa um cuneiforme mais simples do que o acádio, por que é um alfabeto linear em vez de ser uma escrita silábica.

Semítico sul-ocidental

O semítico sul-ocidental é representado pelos dialetos árabes antigos (tais como o sabeano e o mineano), pelo árabe clássico (que predomina no oriente Médio mediante a propagação do islamismo) e o etíope (chamado de Ge`ez por aqueles que o falam). O exemplo que se segue abaixo é de escrita árabe.

A preservação do Hebraico bíblico

Nos tempos do exílio babilônico, exemplares em hebraico das escrituras eram conservados nas regiões que tinham populações judaicas grandes: a Babilônia, o Egito e a Palestina. Alguns estudiosos acreditam que esses exemplares vieram a ser os precursores dos tipos de textos principais da Bíblia hebraica. Cada um se desenvolveu paulatinamente, mas o tipo textual babilônico era o mais bem conservado.

Depois da volta dos exilados e da ascensão do estado judaico, passaram a ser usadas várias versões da Bíblia. Com o hebraico em declínio e a ascensão do cristianismo, surgiu a necessidade de uma versão bíblica padronizada, um texto para usar no templo, por assim dizer. Segundo uma das teorias, os escribas que trabalhavam sob a orientação do rabino Aquiba, perto do fim do século I d,C., convenceram-se da superioridade do texto da Babilônia. No Pentateuco, o texto era tosco, e conservava variantes arcaicas e difíceis em vez de exibir revisões e variante mais fáceis. Por essa razão, o texto babilônico tornou-se o texto padronizado. A história exata do texto é bastante mais complicada do que sugere a presente vista panorâmica simplificada.

Esse tipo textual autorizado foi conservado no decurso dos séculos subseqüentes pelos escribas e depois, pelos massoretas – os tradicionalistas que conservaram o conhecimento de como o texto deveria ser lido, por meio de acrescentar várias marcas e pontos ao texto nos séculos VIII e IX d.C. A versão hebraica das escrituras usada atualmente é conhecida como o texto massorético, e seu manuscrito mais antigo atualmente existente, da família de escribas Bem Asher, é da data aproximada de 895 d.C.

A importância do Hebraico bíblico

Temos muitos bons motivos para estudar o hebraico bíblico. Alguns dos mais importantes seguem-se aqui:

· O conhecimento do hebraico bíblico é importante para a tradução e exegese da Bíblia. Os estudiosos que atribuem valor a literatura bíblica consideram importante o estudo da língua hebraica.

· O conhecimento do hebraico bíblico é essencial para responder às perguntas a respeito da origem e caráter literário da Bíblia hebraica.

· O conhecimento da língua hebraica é essencial para as interpretações das expressões e modos de pensamentos semíticos que aparecem no Novo Testamento grego.

· O conhecimento do hebraico bíblico, com todas as suas construções e nuanças, é importante para o estudo da literatura rabínica.

· O conhecimento do hebraico bíblico é o ponto de partida mais fácil para o estudo de outros idiomas semíticos, que são de interesse para os historiadores que procuram entender os inícios da civilização.