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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Breve histórico acerca do Escolasticismo


O termo ``escolasticismo´´ vem da palavra grega schole, (lugar que se aprende). O termo foi aplicado a professores na escola palaciana de Carlos Magno e também aos eruditos medievais que utilizavam a filosofia no estudo da religião e da teologia.
Escolasticismo é a tentativa de racionalizar a teologia para que se sustente a fé com a razão; ou seja, a Bíblia deve ser interpretada e sistematizada pelo prisma da filosofia através da dedução lógica aristotélica. A causa principal do surgimento do escolasticismo foi a emergência na Europa da filosofia de Aristóteles. O escolasticismo se expandiu devido o interesse dos mendicantes pelo uso da filosofia no estudo da revelação. O grande escolástico a ser destacado é Tomás de Aquino. Este desenvolveu a suas 5 vias, que foi uma obra prima. Outro motivo para sua expansão, foi o início do movimento universitário.
O conteúdo do seu estudo era a Bíblia, os credos dos concílios ecumênicos e os escritos dos pais da igreja. A questão que queriam resolver era saber se a Fé era ou não razoável. Sua metodologia era norteada pela dialética lógica aristotélica. Esta dialética é mais dedutiva do que indutiva e dá destaque para o silogismo como instrumento da lógica dedutiva. As verdades gerais da filosofia eram tiradas da teologia; assim, os escolásticos tentavam fazer conclusões legítimas a fim de criar um sistema harmônico em ordem lógica.
A estrutura filosófica dos escolásticos baseava-se na filosofia grega e dependia da posição, ou de Platão, ou de Aristóteles. Dentre elas se destaca o realismo, onde Platão diz que os universais tem uma existência objetiva em algum lugar do universo. Anselmo da Itália entendia a questão da fé e da razão é de se estabelecer a fé como fundamento para o conhecimento. Os livros-textos, como o Decretum de Graciano, um texto de lei canônica, tiveram um lugar importante na vida da erudição medieval.
Outra tendência era o realismo moderado. Este, era defendido por Aristóteles, pois tinha uma visão mais moderada acerca da realidade. Ele dizia que os universais tem uma existência objetiva, embora não existam aparte das coisas individuais mas sim nelas. Abelardo e Tomás de Aquino podem ser considerados como realistas moderados. Abelardo era da Bretanha e cria que a realidade existia primeiro na mente de Deus, depois, aqui e agora, em indivíduos e coisas.
Tomás de Aquino (1225-1274), conhecido como ``doutor Angélico´´, dedicou-se na integração da filosofia de Aristóteles com a teologia revelada na Bíblia como interpretada pela igreja romana. Para isso, adotou a posição do realismo moderado e se tornou o principal pensador escolástico a sustentar esta posição. Em sua grande obra ``suma teológica´´, procurou harmonizar as áreas da fé e da razão em uma totalidade de verdade.
Os nominalistas eram os escolásticos medievais que se opunham aos realistas e aos realistas moderados. Roscelino e depois Guilherme de Occam foram os representantes mais destacados do pensamento nominalista. A frase: verdades ou idéias gerais não tem existência objetiva fora da mente; ao contrário, elas são apenas idéias subjetivas formadas pela mente como resultado da observação de coisas particulares. Os universais são apenas nomes de classes. Esse grupo foi o precursor medieval dos impiristas do século XVII e XVIII e dos positivistas e pragmatistas contemporâneos. O conflito entre nominalismo e realismo foi o grande problema enfrentado pelos escolásticos no primeiro período do escolasticismo, entre 1050 e 1150.
Por fim, pode-se concluir dizendo que na suma de Tomás de Aquino, o escolasticismo deu à igreja romana medieval e moderna, uma síntese definitiva e integrada que harmonizava filosofia e religião. Os neo-tomistas procuram hoje através de um estudo da obra de Aquino providenciar uma integração entre ciência e religião para o catolicismo moderno.

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