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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fatores da Pós-modernidade que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Parte 2 - Por Erick Neman.

PLURALISMO

As fontes do pluralismo estão claramente relacionadas com o pós-modernismo, que se evidencia numa cultura sem os seus absolutos. O modernismo capitulou diante do pós-modernismo. Com este último, houve um colapso geral da confiança no Iluminismo, no poder da razão de proporcionar os fundamentos para um conhecimento universalmente válido do mundo, incluindo o conceito de Deus. A razão falha em libertar a moralidade correspondente ao mundo real no qual vivemos. E com este colapso da confiança nos critérios universais e necessários da verdade, têm florescido o relativismo e o pluralismo.
Uma das ilustrações do pluralismo intelectual pode ser vista na abordagem dos textos e de sua linguagem. Trata-se de um método pluralista crítico do texto chamado Desconstrucionismo, que declara que a identidade e as intenções do autor de um texto são irrelevantes para a interpretação do texto, antes de insistir que, em qualquer caso, nenhum significado pode ser encontrado nele. Todas as interpretações são igualmente válidas ou igualmente destituídas de significado (dependendo do ponto-de-vista de quem o analisa). Todas as pessoas podem ter as suas próprias idéias com respeito ao texto lido. Ninguém pode reivindicar exclusividade de verdade na sua interpretação. Dessa forma, o pluralismo afirma que o texto bíblico não é uma verdade universal, mas fica em aberto, entregue a uma interpretação pessoal e múltipla. Isso claramente afeta a espiritualidade da igreja, visto que uma pessoa pode não aceitar um princípio bíblico por entender que existe mais de uma verdade.
Na filosofia, o pluralismo define-se como a doutrina que afirma que há mais de um princípio universal, em oposição ao monismo, o qual reduz toda a realidade a um princípio único. Na sociologia e na cultura, define-se o pluralismo como a coexistência de cosmovisões divergentes. Na religião, o pluralismo é a doutrina de que a salvação, ou qualquer coisa que se entenda por salvação, é alcançada pelas pessoas através de uma quantidade enorme de condições e de meios, em várias religiões. Este pluralismo, então, outorga a todas as religiões o mesmo valor soteriológico, moral e espiritual.
O pluralismo não é um fenômeno novo. Ao ler as páginas do Novo Testamento, podemos vê-lo na cultura e no contexto em que o evangelho foi pregado pela primeira vez. Quando Paulo chegou a Atenas, por exemplo, viu a cidade entregue à idolatria. A religião era um buffet do qual o ateniense se servia a gosto. Mas era comida que, em vez de saciar a fome, abria mais o apetite, já que todos os de Atenas, inclusive os estrangeiros residentes, de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades. Falando sobre Atenas, Stott (2003) diz que ela era uma cidade em que havia inúmeros templos, santuários, estátuas e altares. No Panteão havia uma imensa estátua de Atena feita de ouro e mármore. Em toda parte havia imagens de Apolo, o padroeiro da cidade, de Júpiter, Vênus, Mercúrio, Baco, Netuno, Diana e Esculápio. Todo o panteão grego estava ali, todos os deuses do Olimpo.
A igreja de corinto era totalmente influenciada pelo que se entende hoje por “pluralismo”. Cada partido da igreja tinha sua própria verdade, seus próprios métodos místicos, suas formas de apresentação dos dons espirituais, enfim, a pluralidade era aceita e tida como normal. Essa pratica foi determinante para o declínio da espiritualidade daquela comunidade cristã. As divisões dentro da igreja mostram como o pluralismo está incutido na mente das pessoas, ainda que as mesmas nunca tenham ouvido esse termo. Isso porque, quando membros da igreja se dividem em partidos e grupos rivais por algum motivo que não estão de acordo, com certeza o pluralismo está cooperando para isso. Pode-se afirmar isso devido ao fato de que, sempre que a unidade se fragmenta como no caso da igreja de Corinto, é devido a pontos de vistas distintos; e isso envolve um universo de conceitos e pressupostos dos partidos e grupos envolvidos. Cada grupo entende que pode muito bem viver cada um do seu lado, cada um com a sua verdade, cada um com seu tipo de líder, e assim, o pluripartidarismo é aceito como normal.
Portanto, segundo o que foi mencionado, pode-se afirmar que o pluralismo é nocivo, contribui para as divisões dentro da igreja e promove falta de espiritualidade.

2 comentários:

  1. O texto por completo é bastante interessante, mais a parte que mais chamou a minha atenção foi com relação ao “pluralismo intelectual” muito forte dentro das universidades, deixando alguns de nossos jovens cristãos confusos. Recordo-me que ano passado uma das minhas colegas evangélica da universidade, me questionou do por que só haver salvação em nosso Deus “Jesus”, e por que também não haver salvação no deus X ou Y? Afirmando que não existe “A verdade” e sim “as verdades”. É preciso que as igrejas preparem seus jovens teologicamente para que os mesmo não venham enfraquecer diante do pluralismo intelectual desde século.

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  2. O texto por completo é bastante interessante, mais a parte que mais chamou a minha atenção foi com relação ao “pluralismo intelectual” muito forte dentro das universidades, deixando alguns de nossos jovens cristãos confusos. Recordo-me que ano passado uma das minhas colegas evangélica da universidade, me questionou do por que só haver salvação em nosso Deus “Jesus” e por que também não haver salvação no deus X ou Y? Afirmando que não existe “A verdade” e sim “as verdades”. É preciso que as igrejas preparem seus jovens teologicamente para que os mesmo não venham enfraquecer diante do pluralismo intelectual desde século.

    Cleia Quirino

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