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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fatores da Pós-modernidade que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Parte 1 - Por Erick Newman.

INTRODUÇÃO

O otimismo da era moderna e sua confiança em que a ciência, a tecnologia e o progresso, impulsionados por um ser humano autônomo sob o reinado soberano da Razão, produziriam um mundo perfeito decepci a todos. A primeira guerra mundial deu um golpe mortal no projeto moderno. Stalin na Rússia e Hitler na Alemanha deram os últimos toques em seu sepultamento. Filósofos e escritores como Derrida, Camus, Sartre e Rorty, entre outros, deram o seu atestado de óbito, enquanto que artistas, arquitetos e sociólogos começaram a entronizar o seu sucessor. O projeto moderno de estabelecer uma cultura global, com uma base objetiva e racional para toda ação humana, sem o impedimento da religião ou de qualquer outro ponto de vista "subjetivo" e não científico, demonstrou ser tão somente um ideal inalcançável e insatisfatório.
Diante do vazio que a modernidade deixou ao desmoronar aparece o pós-modernismo. A chegada do pós-modernismo poderia ser descrita como a perda de entusiasmo pelas convicções básicas do modernismo. Pode-se fazer uma distinção entre a era moderna da pós-moderna. Ao passo que a modernidade era um manifesto de autosuficiência e de autogratificação humana, o pós-modernismo é uma confissão de modéstia e até de desesperança. Não há "verdade", há apenas verdades. Não existe a razão suprema, somente há razões. Não há uma civilização privilegiada (nem cultura, crença, norma e estilo), há somente uma multidão de culturas, de crenças, de normas e de estilos. Não há uma justiça universal, há apenas interesses de grupos. Não existe uma grande narrativa do progresso humano, há apenas histórias incontáveis, nas quais as culturas e os povos se encontram hoje. Não existe a realidade simples nem uma grande realidade de um conhecimento universal e objetivo, existe apenas uma incessante representação de todas as coisas em função de tudo o mais.
A pós-modernidade é uma atitude intelectual contemporânea que se expressa numa série de manifestações culturais que negam os ideais, princípios e valores que constituem o suporte da cultura ocidental moderna. É um existencialismo mais agudo, mais cínico, mais cruel; que diz: "primeiro eu, e com os demais eu não preciso me importar". Essas características mencionadas rondavam a igreja já no primeiro século, pois os membros de corinto tinham muitas das características do homem pós-moderno. O individualismo daquela comunidade é chocante, a busca por experiências místicas e subjetivas eram marcantes. A verdade estava fragmentada em partidos e a unidade estava enferma.
Mas não para por aí, ela é também uma revolução cultural. Apesar do alarido que a mídia faz das formas culturais que expressam a pós-modernidade, ela é silenciosa. Sucede em nível de conceitos. Valores educacionais, sociais, políticos, morais e religiosos estão sendo contestados e não estão sendo propostos outros para seu lugar. Fica um vazio. Há um desinteresse pela vida social, pelo mundo e pela preocupação com os valores absolutos.
No pós-modernismo a morte da singularidade do homem foi decretada, só existem homens e idéias, cada homem e cada idéia não são respeitadas. É uma descrença, um abandono de ideais, uma alienação, um retirar-se do mundo. Anteriormente, a mecanização do mundo e a desvalorização do homem que veio como consequência produziram reações, como o existencialismo. Nesse sentido, ele afeta a Igreja por propor rejeitar tudo que seja fora da pessoa, pela negação de valores objetivos e pela supervalorização do eu/agora, mas ainda é uma atitude. No entanto, não se mostrou consistente nem coerente na sua forma de se expressar para ser vista como uma corrente filosófica ou cultural.
Basta analisar algumas das características mais fortes da pós-modernidade: o colapso das crenças, a busca do exótico, a descrença nas instituições (as igrejas e denominações mais institucionalizadas são mais afetadas), a necessidade de escandalizar, um estilo de vida hedonista, individualista e narcisista, a perda do sentido de história (as pessoas vivem em função de eventos e não de um projeto de vida), a substituição da ética pela estética (o certo é aquilo de que eu gosto e aquilo de que eu não gosto está errado), a necessidade de pertencer (por isso a formação de "bandos" e "tribos" os mais diversos em nossa cultura), e outros mais. Isso afeta o comportamento humano. Surgem os relacionamentos "lights", imediatistas, sem ligações profundas, manifestadas no sexo efêmero e casual. Pertence-se a uma "tribo", mas se refugia no anonimato de relações via Internet. As pessoas são contraditórias. Não há sentido na vida. Cada um faz a sua vida com os seus próprios padrões de certo e errado.
É necessário entender que não existe uma definição completa sobre pós-modernidade. É impossível fazer uma leitura total da abrangência do assunto em uma simples definição. Pós-modernidade segundo Santos (1991), é o nome aplicado à mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950, quando, por convenção se encerra o modernismo. Para ele, esse fenômeno nasce com a arquitetura e a computação nos anos 50, toma corpo com a arte Pop nos anos 60, cresce ao entrar pela filosofia durante os anos 70, como crítica do pensamento ocidental e amadurece hoje, alastrando-se por todas as áreas do cotidiano humano. No entanto, Jansey (2003, p.170) a define assim:

[...] o Pós-modernismo foi o período da Alta Crítica que rompeu com os absolutos e relativizou o conhecimento, proporcionando um vasto avanço cultural, iniciado em 1781, com a primeira edição de ``Crítica da Razão Pura´´, atravessando os séculos XVIII, XIX, findando no século XX com a imigração de Rudolph Carnap (1891 – 1970) para os Estados Unidos da América e a elaboração da ``enciclopédia da Ciência Unificada´´, pelo mesmo Carnap em colaboração com discípulos americanos, em 1935.

Na modernidade, a razão erigiu-se imbatível e o progresso apresentou-se otimista e inevitável. A modernidade baseava-se em absolutos, em princípios inegociáveis que conduziriam “infalivelmente” a um mundo sem problemas. Porém, de acordo com os autores pós-modernos, as pretensões absolutistas da modernidade somente trouxeram sistemas opressivos, guerras, trincheiras e campos de concentração de idéias. Ou seja, o argumento é que cada vez que uma pessoa ou um grupo qualquer diz possuir a "verdade" (especialmente a verdade religiosa), o resultado é uma repressão. Para o pós-modernismo, "a única verdade é que não existe a verdade". A idéia chave nessa situação é que o homem tem liberdade absoluta de pensar sem valores absolutos. Cada coisa que se pensa, diga ou faça tem igual validade quando aplicado a outra coisa. Não existem paradigmas, somente escolhas. Nada é absoluto, nada é sagrado e santo, tudo se acha disponível ao alcance como opção válida.
E é aí onde reside a influência negativa do pós-modernismo para a cristandade. As pessoas já nascem num ambiente onde lhes é impostas que sejam subjetivas, onde sua experiência pessoal deve ser o supremo juiz, onde cada pessoa é seu próprio árbitro. Assim, os valores absolutos e infalíveis da Bíblia são esquecidos e deixados de lado. Na idade moderna, as pessoas eram extremamente reflexivas, buscavam a verdade no diálogo, na reflexão, nas críticas, impondo limites a certos pensamentos e ideologias. Certamente, uma característica marcante do modernismo é a reflexão e a busca pela dialética. Do ponto de vista sociológico, o homem pós-moderno é marcado pelo subjetivismo, misticismo, e negação de verdades universais.
Em meados da década de 80, muitos sociólogos afirmaram que o homem do século XXI seria um homem totalmente desapegado ao místico, alguns até ousaram afirmar que o homem do futuro iria esquecer a religião. Porém isso só ganhou muita força pouco depois da revolução industrial, as fábricas com suas produções em massa despertaram o ímpeto consumista e materialista do homem. Hoje, o que se observa em todo o mundo é justamente o contrário: o fenômeno religioso tem crescido cada vez mais. Mais pessoas buscam nas religiões respostas para problemas de diversas naturezas. O homem pós-moderno é tão místico quanto digital. Igrejas lotadas, cultos como opção social, clubes religiosos, o mercado da fé emergiu na presente época. Infelizmente muitas igrejas deixam a desejar quando se fala em unidade. Muitas vezes os membros do corpo parecem mais soldados em guerra, lutando entre si nas trincheiras eclesiásticas, do que o povo unido pela cruz de Cristo.
Desse ponto de vista religioso, influenciadas pela forte subjetividade, as pessoas nutrem uma crença tipo “picadinho”. Um homem é adepto do catolicismo, mas rejeita a orientação da Igreja sobre contracepção. Um homem professa a fé evangélica, mas também é adepto de práticas sincréticas, não entende como certo algumas doutrinas bíblicas e pode muito bem rejeitá-las sem crise de consciência, pois não está em busca da verdade, mas do que lhe satisfaz, do que lhe faz bem. Ele é seu próprio referencial. O padrão é ele mesmo. Isso é consequência da pós-modernidade que não aceita valores objetivos. Cada um faz seu caminho. Essa era a realidade da grande igreja da região da Acaia. Na comunidade de corinto, cada um buscava seus próprios interesses, se dividindo em partidos e se mutilando. Pode-se afirmar, diante de tudo que foi exposto até o presente momento, que a pós-modernidade contribuiu para a falta de espiritualidade na igreja.
Portanto, é necessário apontar alguns pontos do pós-modernismo que contribuem para a falta de espiritualidade na igreja. Dentre os vários pontos negativos, esta pesquisa se deterá nas que mais comprometem o nível espiritual da igreja do Senhor. Sendo assim, devem-se destacar o Pluralismo, o Relativismo e o Pragmatismo.

Um comentário:

  1. ana christina dias de souza28 de abril de 2010 às 05:00

    tah lokoooooo copiar um troço desse tamanho !!!!!!!!!*--*

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