SEJAM BEM-VINDOS AO PENSAR TEOLÓGICO

TODO O MATERIAL DO BLOG ENCONTRA-SE DO LADO DIREITO DA PÁGINA NO ÍCONE ``ARQUIVOS DO BLOG´´. NELE VOCE ENCONTRARÁ O ANO, O MÊS E O TÍTULO DA POSTAGEM QUE VOCE DESEJA LER.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Sistema Feudal do Protestantismo Brasileiro

Se nos reportarmos para o passado, mais precisamente para o século V, perceberemos o início de uma época na história da humanidade chamada de idade média. Esta se estende até o século XV, onde a queda de Constantinopla e o fim do Império Romano do Oriente em 1453; a crise do feudalismo; a ascensão das monarquias nacionais européias; a guerra dos 100 anos; a queda da produção agrícola; o início da recuperação demográfica e econômica após a Peste Negra; os Descobrimentos explorações Marítimas; o movimento de redescoberta da cultura clássica, por volta do século XV; a Reforma Protestante, a partir de 1517; marcam o fim da idade medieval.

É importante destacar que o período entre o século V ao IX é chamado de alta idade média, período refere-se a elementos que vão contribui para a cristalização do sistema feudal. Este, por sua vez, se estende do século IX ao XII. Do século XII ao XV, temos a baixa idade média, época da crise do feudalismo, que teve como marcas do seu fim, os pontos históricos supracitados.

Basicamente, as bases do feudalismo são: economia auto-suficiente; poder político descentralizado; sociedade estamental; e o trabalho servil. Os feudos eram auto-suficientes, produziam para seu próprio consumo, embora que havia ocasiões onde a troca de recursos naturais acontecia, como o sal por exemplo. O poder político era descentralizado, pois terra era sinônimo de poder, quem as tinha detinha o poder político. O trabalho servil ficava na mão dos camponeses que trabalhavam para os senhores feudais. Por fim, quero destacar a tipo de sociedade estamental. O que é isso? É uma sociedade dividida em grupo, em camadas, em castas, em estados, ou, estamentos.

O primeiro estado era formado pelo Clero; o segundo estado era formado pela nobreza e o terceiro era composto pelos trabalhadores. O primeiro estado tinha como privilégio a oração, o segundo estado as decisões políticas e as práticas de guerra, já o terceiro estado tinha como função, sustentar o primeiro e o segundo estado.
Dentro dessa sociedade estamental, vão se estabelecer as relações feudo-vassálicas; onde àquele que doa uma porção de terra é chamado de suserano, já aquele que recebe o benefício da terra é chamado de vassalo. A posse da terra indica posse do poder político. Em tese, quando o suserano entrega terras, ele está perdendo poder político. No entanto, o vassalo, que está recebendo poder político, tem a obrigação de prestar serviço militar ao suserano. Outra relação da sociedade estamental é a de servidão. O servo deste período fica entre o escravo do primeiro século e o trabalhador assalariado. Ele não é assalariado, pois não recebe nada; também não é escravo, pois juridicamente é livre, não pode ser vendido nem mau tratado. No entanto o servo está preso a terra, e é da exploração da terra, da produção que o servo tira da terra, que os senhores feudais, a nobreza medieval eram sustentados.

As principais obrigações feudais eram: Corvéia, Talha e banalidades. O trabalho que os servos eram obrigados a desempenhar nas terras dos senhores feudais, geralmente cinco dias na semana, era chamado de Corvéia. Talha, era a obrigação feudal que o servo tinha para o dono da terra. Visto que o servo estava preso a um lote de terra e deveria por obrigação dar 50% de tudo que produziu ao dono do lote; e os outros 50% era para o seu sustento pessoal. Banalidades, era o pagamento que o servo fazia ao senhor feudal por algumas máquinas e serviços prestados pelo senhor. Por exemplo, o servo pagava pelo forno para fazer o pão, o moinho para moer o trigo, e uma taxa para transitar por estradas mantidas pelo seu senhor, o famoso ``pedágio´´.

Mas você deve está se perguntando o que isso tem com a igreja contemporânea? O mundo Pós-moderno e pragmático ensina que o que dá certo é o que cresce numericamente e logisticamente. João Alexandre, cantor e compositor cristão acertadamente afirmou em uma das suas músicas: ``a morte se esconde atrás dos templos, tudo é vaidade´´. A igreja está deixando de ser um lugar de misericórdia e está se transformando em feudos. Basta observar o encontro de dois pastores para entender. Eles se encontram depois de muitos anos e geralmente a primeira pergunta acerca da igreja um do outro é: e a sua igreja... está com quantos membros? O poder pastoral é medido pela quantidade de membros (servos), e o tamanho da igreja (feudo). Os senhores feudais evangélicos (pastores) estão mais preocupados com o prédio, o tamanho do lote da sua igreja, esquecendo-se de que a vida das ovelhas e o cuidado com as mesmas devem ser colocado em primeiro lugar. Essa era a preocupação de Paulo, que os Tessalonicenses se parecessem com Cristo. Para os Coríntios ele diz que sua intenção era que eles crescessem no conhecimento e na graça de Deus. A preocupação de Paulo não era quantitativa nem logística, mas qualitativa e espiritual. Na mente do Apóstolo Paulo, o que deveria crescer antes das paredes e dos limites do terreno da igreja, era a espiritualidade de cada irmão.

A relação feudo-vassálica é muito claro nos nossos feudos protestantes. Será que hoje não acontece o caso em que o suserano (pastor) oferece certas posições, cargos e privilégios a certos irmãos em troca de obediência, fidelidade e afiliação partidária? Creio que não ficou na idade média. Quantas pessoas se magoam diariamente nas igrejas por saber que seu pastor toma partido por uns; porque favorece aquele irmão que tem uma posição social mais elevada e oferece benefícios; porque o pastor tem o seu próprio grupo de vassalos na igreja, que por serem constantemente beneficiados pelo suserano encobrem seus erros e defeitos como pagamento dos benefícios recebidos. Mas eu acho que você nunca viu isso na sua igreja, só viu nos livros de história no ensino médio não é verdade?

O sistema das igrejas neo-pentecostais é similar ao feudalismo medieval. Não só essas, mas muitas igrejas tem copiado esse modelo. O pastor é um típico senhor feudal. A sede de muitos pastores por templos faraônicos e exércitos de servos nas suas igrejas, comprova isso que penso ser verdade. Assim como no modelo de sociedade estamental, composto pelo Clero, nobreza e servos, a igreja se vê nessa condição. O primeiro estado, o clero, são os pastores, bispos e apóstolos. O segundo estado é a nobreza, os conselhos, presbitérios, a irmã ou irmão mais chegado ao clero que por isso tem benefícios e privilégios. Os servos por sua vez, são aqueles que mantêm o sistema; ou seja, sustenta o primeiro e o segundo estado com seus dízimos e ofertas.

As obrigações feudais evangélicas são: Cornéia, o membro (servo) deve trabalhar na igreja (feudo) e produzir para o crescimento do poder do seu senhor (pastor); Talha, é a obrigação que o membro deve ao seu senhor de dá 10% do que produz para não ser castigado com sermões de condenação financeira e de que o diabo agora vai ter acesso a sua pobre vida sem governo e proteção divina. Banalidades, é o que o servo deve pagar ao seu senhor por está se utilizando dos serviços prestados pelo feudo. Por exemplo, ele deve pagar com a própria dignidade; pois passa meses, anos trabalhando em uma igreja, mas quando precisa do seu senhor (pastor), precisa esperar uma eternidade na fila de espera para ser atendido, precisa falar com sua secretária para agendar, ou orar a Deus para se encontrar com ele em um momento de folga do serviço feudal eclesiástico. Se afastou-se dos caminhos de Deus, vai precisar de muita ajuda divina, pois seu trabalho no feudo geralmente não é lembrado nesses momentos e o senhor feudal tem outros servos ativos, dos quais precisa se preocupar. O nome faz jus, banalidade. Essa é a palavra correta para a realidade do descaso que os senhores feudais protestantes estão praticando. O sistema moral falido das nossas instituições, devem ser trocados pela ética do Reino, este é digno de ser copiado, Reino sim, instituição não. Toda instituição humana está fadada a falência, o Reino é eterno.

Por fim, afirmo que o grito da Reforma Protestante ainda ecoa nos nossos guetos religiosos. Esse grito deveria ser ouvido e não rejeitado, pois muitos dizem que o Brasil precisa de uma nova Reforma; mas entendo que a Reforma já aconteceu e fez o que Deus determinou, só o que resta é vivermos diariamente os princípios dos reformadores. No dia 31 de Outubro a Reforma é comemorada quando deveria ser vivida; e não apenas vivida nesse dia, pois vivemos 364 dias sob o domínio do sistema católico e feudal da idade média. Que Deus nos conceda graça e misericórdia para não nos corrompermos com o sistema medieval que se instalou em muitas igrejas brasileriras. Que Deus nos abençoe!

5 comentários:

  1. Prezado Erick,
    Sou analista do mercado brasileiro e internacional de trigo e farinhas e, por isto, seu texto acabou no meu email. Também cursei teologia na juventude e agora estou terminando o curso de filosofia pura na UFPR. Li o seu texto inteiro e achei muito interessante, quer do ponto de vista histórico, quer do ponto de vista organizacional (esqueci de dizer que cursei admim. de empresas também), quer do ponto de vista teológico. Acho que vc tem muito futuro, como pastor e certamente vai chegar a dirigente, porque tem uma visão do conjunto, do todo e bons argumentos, além de se expressar claramente (embora eu tenha contado mais de 10 erros de gramática no texto, mas esta é a parte mais fácil de corrigir). Vá em frente.O Brasil precisa de líderes, quaisquer que sejam. Parabéns e um grande abraço. Luiz

    ResponderExcluir
  2. Sergio Ribeiro

    parabéns pela sua atitude de fazer tal comparação! Tenho certeza que a maioria das pessoas que lêrem esse texto concorda com vc, pq isso ai é verídico a maioria das ceitas religiosas tratam os seu seguidores dessa maneira.
    Forma essa que sem dúvida nenhuma é contra a lei de Deus e do que está escrito na biblía.

    ResponderExcluir
  3. Sensacional materia, os leigos sempre pagam a conta, tanto politica, fetebool e religião.

    ResponderExcluir

  4. - O mais triste e perceber que o conceito que a Igreja Católica usava antes da Reforma e usado ate hoje pelas suas filhas Protestantes, não e mera coincidência que apenas nas Sedes, e comemorado o Dia da Reforma Protestante, lembrando que apenas as Igrejas Tradicionais como a Igreja Batista e Presbiteriana reforçam isso, na Assembléia de Deus apenas leem um trecho de algum Livro e nada mais, nem a Bandeira da Suécia na Assembléia de Deus a gente ver, só uma vez na vida na Assembléia de Deus Ministério do Belém - Setor 8, vi uma moça cantado um Hino Nacional da Suécia. Acredito que muitos Pastores estão cada vez mais imitando a Igreja Católica, querendo aumentar o seu poder ´´ou feudos´´; fazendo disso uma maneira de aumentar o poder Político, como no caso a Marcha Pra Jesus, se você tem em média 1,000.000 de pessoas nesse evento e claro que você pode usar isso para candidatar algum membro ou ate mesmo oferecer apoio a algum candidato que possa oferecer algum beneficio para a Igreja, não é mera coincidência que o nível educacional no Brasil seja extramente baixo.
    - Antes eu me perguntava por que as Igrejas não falam da Reforma Protestante hoje eu entendo, por que a Igreja Pentecostais querer ser ´´Mãe´´ Católica.

    ResponderExcluir